Um debate jurídico para as vozes e experiências de trabalhadoras e trabalhadores negros, historicamente invisibilizados pelas estruturas legais, acadêmicas e judiciais é o cerne do livro “Negritando o Direito do Trabalho”, que tem entre os coordenadores o professor Jorge Souto Maior, Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP.
A publicação de 598 páginas, pela Editora Lacier, será lançada na próxima quarta-feira (28/05), às 19h, no Auditório Ruy Barbosa Nogueira. É fruto do percurso metodológico e político do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (GPTC-FDUSP). A iniciativa busca promover a justiça racial no mundo do trabalho, reconhecendo a importância da perspectiva negra na análise das relações trabalhistas. A construção do projeto foi baseada na coletividade, buscando o diálogo entre diferentes vozes e saberes.
Articula crítica marxista com o pensamento negro. Parte de um processo de amadurecimento que atravessa seminários, ciclos de estudo e práticas pedagógicas descoloniais, para propor uma nova práxis jurídica: feminista, antirracista, anticapacitista, includente e enraizada nas lutas reais da classe trabalhadora.
Denuncia a ausência histórica da população negra no escopo protetivo do Direito do Trabalho e desafia a lógica produtivista, eurocentrada e embranquecida da academia, oferecendo como resposta um saber coletivo, horizontal e encarnado nas experiências de quem trabalha — e resiste.
Entre alguns dos temas estão ‘’Caminhos abertos pelos que lutam: movimento negro com a palavra, em primeira pessoa”; ‘Força de trabalho e capitalismo dependente: diálogos necessários entre Clóvis Moura e Ruy Mauro Marini”; “Trabalho em condição análoga à escravidão e terceirização: o racismo e a precarização das relações de trabalho como fatores fundantes e de potencialização da exploração da força de trabalho e acumulação do capital”.
O Auditório Ruy Barbosa Nogueira fica no 2º andar do Prédio Histórico. Largo de São Fanscisco, 95, Centro-SP.