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Direitos Humanos
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Emoção e o compromisso de manter a vigilância deram tom a solenidade de entrega de certidões de óbitos das vítimas da ditadura

Com familiares, amigos, autoridades presentes, o Salão Nobre abrigou o evento de reparação

 

Depoimentos de quem teve familiares presos, torturados e mortos pela ditadura, famílias inteiras que viram seus entes sendo levados ou que acompanharam a tortura sofrida por pais, filhos, netos, bisavós, tios, amigos, marcaram a cerimônia de solenidade de entrega de certidões de óbito retificadas de pessoas mortas e desaparecidas políticas durante o regime de exceção. No evento, organizado pelo Ministério dos Direitos Humanos no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, foram entregues mais de 60 documentos retificados.

Nomes como Vladimir Herzog, Carlos Marighella e Rubens Paiva, emblemáticos da resistência e da defesa dos direitos humanos durante o regime militar. Também receberam as certidões Alexandre Vannucchi Leme, Antônio Guilherme Ribeiro Ribas, Aurora Maria Nascimento Furtado, e tantos outros.

As fotos das vítimas foram colocadas em cada cadeira e levantadas por seus familiares durante o evento. Na mesa, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; a presidente da Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, Eugênia Gonzaga; a vice-reitora da USP, Maria Arruda Arminda, o diretor da FDUSP, Celso Campilongo, e a docente Vera Paiva.

Para Macaé Evaristo, o País não pode esquecer o golpe de 1964 e a entrega das certidões representou um direito tardio, conquistado pela luta persistente de sobreviventes e familiares. Observou o simbolismo de a solenidade ter sido feita na USP, onde 47 das 434 vítimas reconhecidas integravam o corpo social da universidade. “A entrega das certidões é uma reparação com o passado, mas também uma possibilidade de futuro. As estruturas autoritárias ainda persistem e precisamos enfrentá-las”.”

“Dias como os que se iniciaram entre 31 de março e 1º de abril de 1964 nunca mais podem se repetir”. E observou a necessidade de o País sempre esteja atento para que novas tentativas não ocorram. “Beiramos o autoritarismo novamente em 2022, mas mostramos que a luta não foi em vão. Nossa democracia forte e soberana resistiu e resistirá", reforçou.

Ao fazer uma saudação especial aos familiares dos mortos pelo regime, Celso Campilongo assinalou a importância de demonstrar, principalmente para os mais jovens, o que foi a ditadura militar, para que nunca mais aconteça, traçou um paralelo entre o passado, o presente e a construção do futuro, em busca de uma sociedade democrática, pautada por ações de soberania. “Temos no presente um momento de homenagem, de celebração daqueles que foram vítimas no passado de uma ditadura militar. Isso tem um significado tão importante quanto este histórico para o futuro, especialmente para aqueles que nasceram depois do final da ditadura militar e que talvez não tenham a mesma memória, não tenham a mesma presença do passado daqueles que viveram durante uma ditadura militar”, disse.

E acrescentou: “Para estes, com menos de 40 anos, que tem esta experiência pelo conhecimento histórico, pelas leituras, acho que vale a pena rememorar constantemente o que foi a luta contra a ditadura”.

De acordo com Eugênia, “as novas certidões reconhecem formalmente a verdade histórica e a responsabilidade do Estado pela violência infligida por um terrorismo de Estado”. Para ela, é significativo registrar e agradecer as pessoas que contribuíram para que acontece a solenidade.

Maria Arminda reforçou o fato de Faculdade ter sido um baluarte de defesa do Estado Democrático de Direito. “A instituição tem desenvolvido políticas de defesa dos direitos, de inclusão social e, ao mesmo tempo de respeito à diversidade. Dentre essas questões, a mais aguda delas é a universidade ter tido desaparecidos durante a ditadura seus estudantes, docentes, funcionários”.”

Ao receberem as homenagens, os familiares contaram um pouco das dores sofridas. Entre os quais, Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog. Para ele, essa retificação das certidões encerrar as versões forjadas pelo regime militar. Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, foi assassinado em 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo, caso que marcou o início do desgaste público da ditadura.

“Não conheci meu avô, não convivi com meu avô. Me emocionei hoje vendo as outras famílias também que lutaram por isso. Queria agradecer o trabalho de todos aqui que fizeram isso possível, trabalho dos familiares que nunca desistiram”, disse Chico Paiva, neto de Rubens Paiva, acompanhado por Marcelo Rubens Paiva, cujo livro “Ainda estou aqui” deu origem ao filme vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e Vera Paiva.

Maria Marighella, presidente da Funarte e neta do ex-deputado Carlos Marighella, reiterou o simbolismo do ato. Marighella, assassinado em uma emboscada policial em 1969, tornou-se um dos maiores símbolos da resistência contra a ditadura e da luta pela liberdade no Brasil. “Esta certidão recupera aqui e agora o compromisso do Brasil com seu destino justo, democrático e igual”, disse.

Entre os presentes, o ex-secretário de Justiça de São Paulo Belisário dos Santos Jr., que atuou na causa de vários presos da ditadura; o deputado Eduardo Suplicy; parlamentares e demais autoridades.

 

Assista. Compartilhe: https://www.youtube.com/watch?v=Na3d81r5Nq4&t=2s

 

Edição: Kaco Bovi

 

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