Edição: Kaco Bovi
Pensar inciativas para ampliar a ressocialização de pessoas egressas do sistema carcerário, por meio da inclusão pela educação, levou integrantes do Programa Nova Rota, associação sem fins lucrativos (criada por antigos alunos da Universidade de São Paulo), a uma reunião com a diretoria da Faculdade de Direito da USP.
Recebidos pelo professor Celso Fernandes Campilongo (diretor), o docente Sergio Salomão Shecaira, líder no âmbito da FDUSP por meio de Grupo de Extensão, e os coordenadores Vitor Jardim Barbosa, Katherine de Almeida Martins, Renata de Oliveira Costa e Patrícia Rodrigues entregaram material com propósitos e objetivos do projeto.
Entusiasta de programas sociais e de inclusão, uma das marcas da gestão, Campilongo realçou que a diretoria apoia integralmente a ação: “Nosso objetivo é contribuir para ajudar a aumentar esse importante trabalho que vem sendo desenvolvido em prol da sociedade como um todo”, disse.
A bolsa de cada egresso por mês é de R$ 400,00. “Os escritórios pequenos podem adotar um egresso, mas os maiores podem fazer adoções maiores”, acrescentou Shecaira.
Um dos caminhos apontados para o próximo ano está o de apresentar a iniciativa a outras instituições e a mais escritórios de advocacia, informando o caminho para que estes possam participar (nas categorias ‘seja um doador’ ou ‘seja um parceiro’).
Como o viés é oferecer bolsas de estudos, mentoria e apoio multidisciplinar aos egressos, Shecaira destacou a importância do amplo investimento em Educação. “Assim conseguimos otimizar o processo de integração social”, disse. O docente lembrou ainda que em outros países, como na Inglaterra, a escolarização muito maior que no Brasil contribui para essa ressocialização.
No site do Nova Rota (https://www.projetonovarota.org/) é possível assistir aos vídeos com depoimentos dos bolsistas. “Quando as pessoas sabem que você foi presa fica todo aquele preconceito”, diz uma das bolsistas. “O sistema é punitivista, não trata as questões das mazelas da sociedade como um problema social (...) só fez criar mais revolta (...) Se sentir na vida do poço e voltar para uma vida social hoje, é difícil porque a sociedade é massacrante”, acrescentam.
O documento entregue, uma espécie de balanço do que vem sendo feito, aponta também para a triste situação brasileira, com índices alarmantes de encarceramento: cerca de 833 mil pessoas, de acordo com o último levantamento (dezembro 2021) do Infopen. Os dados demonstram ainda que, aproximadamente, 10% têm Ensino Médio completo; e 41,74%, até 29 anos de idade.
Frases resumem o objetivo do trabalho. “Não acreditamos que a inserção social é uma via de ganho duplo: ‘não apenas a pessoa egressa, quando inserida socialmente, estará em melhores condições, mas a sociedade, como um todo, também. No final, todos nós ganhamos”, ressalta.
Também está na meta oferecer “mais do que a simples concessão de bolsas de estudos”; e sim “acompanhamento humanitário e suporte multidisciplinar para a completa integração social”.
Associação sem fins lucrativos, que atua nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o Nova Rota tem entre os parceiros os grupos Enactus USP e Núcleo de Pesquisa e Extensão Sobre a Pena e a Execução Penal, coordenado pela professora Ana Elisa Bechara (vice-diretora da FDUSP).
Faça parte dessa ideia. Conheça o projeto, inscreva-se, participe: https://www.projetonovarota.org/
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