“Nada melhor do que ver essa Faculdade com todos seus alunos”, diz Celso Campilongo, diretor da FDUSP, na abertura da Semana de Recepção aos Calouros da Faculdade de Direito da USP, para a turma do período da manhã. Compuseram a mesa, a vice-diretora, Ana Elisa Bechara, que ministrou a aula magna; Paulo Lucon, organizador da Serec; e Virgílio Afonso da Silva, que fez a saudação aos Calouros.
Para além de dar as boas-vindas aos ingressantes, os presentes procuraram transmitir um pouco do significado de estudar em uma das mais antigas instituições de ensino jurídico no País.
Na abertura, o Reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, realçou por vídeo a satisfação de receber os alunos em todas as unidades da instituição. Falou sobre comprometimento social e ressaltou o fato de a Universidade ser a melhor ranqueada na Ibero-América. “Busquem ampliar seus conhecimentos, especialmente nas atividades de extensão e de pesquisa”, disse. E informou que a instituição irá ampliar o empenho para ajudar a todos na recuperação da aprendizagem "que não foi completa durante a pandemia".
A vice-Reitora, Maria Arminda, assinalou ser um dia histórico para a universidade. E afirmou: “A universidade não é só um lugar onde aprendemos uma profissão. É um convívio rico, uma experiência inesquecível”. O Pró-reitor de Graduação, Aluísio Segurado, aproveitou para falar sobre a importância de se tomar os cuidados necessários no enfrentamento à pandemia de covid-19. Lembrou que a USP tem um site específico sobre o tema. O https://retornoseguro.usp.br/
Paulo Lucon, por sua vez, destrinchou o significado para os alunos em poder estudar em uma faculdade como a Direito do Largo de São Francisco. “Nas Arcadas vocês devem experimentar todos os momentos”, disse. O docente buscou ainda apresentar uma pequena prévia do que a FDUSP oferece. “É indispensável que se envolvam e se permitam ser envolvidos em toda a Faculdade”, acrescentou.
Por fim, asseverou que esses alunos serão detentores de grandes responsabilidades; não apenas com a Escola, mas com toda a sociedade Paulista. E deu dez conselhos aos presentes. Dentre os quais, disse: “Fazer Direito é aprender a viver com todos. Aproveitem essa diversidade”.
Virgílio Afonso, por sua fala, acentuou aos alunos que o dia a dia de todos é regido pelo Direito Constitucional, que deve ser observado por toda a sociedade. “Nós, certamente, temos visões diferentes sobre o Direito Constitucional. Mas temos o dever de respeitar a Constituição, independentemente do que pensamos dela", disse.
Por fim, Celso Campilongo falou sobre o comprometimento que os alunos devem ter com a instituição. Um Franciscano nunca deixa de ser Franciscano”, disse. Citou, ainda, os programas em andamento, que ganharam excelência na gestão do professor Floriano de Azevedo Marques Neto. Dentre eles, “Adote um Aluno”, “Adote uma Sala”, “Incluir Direito”; bem como a conquista da verba para a construção da nova Biblioteca.
Com relação à pandemia de covid-19, informou as medidas tomadas para seguir todos os protocolos da Universidade. Também, tratou da segurança dos alunos, especialmente no período noturno. Ele e a vice-diretora reuniram-se com o comando da PM, que prontamente elaborou um mapa de rota segura na Região Central.
Aula Magna
“A violência diária cometida contra a mulher está tão profundamente presente na sociedade brasileira a ponto de ser naturalizada. Ou, quando mais grave, silenciada no âmbito do espaço doméstico”, avaliou a professora Ana Elisa Bechara, vice-diretora da FDUSP, durante Aula Magna proferida na abertura da Semana de Recepção aos Calouros (Serec).
Professora de Direito Penal, Ana Elisa levou alguns dados à discussão, e, ao citar os homicídios cometidos contra as mulheres, demonstrou tamanha dimensão que a violência de gênero e o sentimento de dominação podem alcançar. “Diante da cultura patriarcal e machista da sociedade uma das grandes lutas travadas, desde o último século, por grupos feministas, foi a de se transformar as discussões, antes tomadas como privadas, em uma questão pública”, disse. “Essa violência, baseada no simples fato de ser mulher, interfere significativamente no exercício de cidadania das mulheres em todo o mundo”.
Para além, a vice-diretora destacou que algumas mudanças marcantes no Brasil, como as Leis Maria da Penha, tida pela ONU entre as três principais legislações do mundo no enfrentamento da violência contra as mulheres, e a do Feminicídio, ainda não atingiram o efeito esperado. “Apesar desses reconhecidos avanços legais, o Brasil se classifica hoje como o quinto país do mundo com mais mortes femininas, com uma taxa 4.8 homicídios de mulheres por 100 mil habitantes, o que é 74% maior do que a média mundial”, acrescentou.
Assista a cerimônia completa no Canal do YouTube da FDUSP
