A Missa de Sétimo Dia de Falecimento acontece quarta-feira (13/04), às 18h00, na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que fica na Rua Honório Líbero, 90, Jardim Paulistano.
Salvas de Palmas, esfuziantes, por mais de um minuto, tomaram conta do Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, lotado. Palco e cenário de debates importantes, em busca da tão sonhada democracia e do desejo incessante pelo respeito aos Direitos Humanos, o local transformou-se em merecida homenagem. A cena se repetiu horas mais tarde no cemitério do Araçá.
O homenageado, jurista respeitado, defensor da cidadania, professor. Dalmo de Abreu Dallari recebeu a despedida de amigos, familiares, discípulos. Não uma despedida dessas, para sempre, mas um singelo “tchau” ao Emérito professor, símbolo de Justiça, de luta.
Pedro Dallari, seu filho, abraçou a todos. Em nome da família transmitiu um pouco do significado do pai. Agradeceu.
“Impactou toda a vida da sociedade e esse impacto a gente precisa perpetuar e amar”, disse, ao lado de seus irmãos e demais familiares. Dentre os quais a também professora da FDUSP, Maria Paula Dallari Bucci e seu marido Eugênio Bucci.
Lembrou da atuação contra a ditadura, de sua contribuição para a construção da Comissão de Justiça e Paz. História marcante que se prolongou por toda sua vida. “Não apenas como uma missão ideológica, mas uma conduta de Vida.”
Um jurista, com trato pessoal e respeito com todos. Na vida acadêmica, foram mais de 60 anos dedicados a formar pensadores, na Faculdade que ele tanto amou.
Diretor da FDUSP, Celso Fernandes Campilongo, enfatizou que a instituição tem muito a agradecer pelo trabalho de Dallari em prol da instituição e pelo Brasil. Para além, um amigo de várias gerações de estudiosos. “É um dos principais símbolos e expoente do Estado de Direito, da Democracia e da cidadania”, afirmou.
“Vossa luta é uma luta histórica e não vai terminar”, ressaltou o padre Julio Lancellotti, na cerimônia de despedida. “Dalmo foi fiel até o fim. É isso que faz a importância da luta”, acrescentou. E complementou: “Teve coragem de agir com coração. Dalmo é um irmão tão querido, que adormeceu nas mãos de Deus”.
Ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias acentuou que algumas amizades tornam-se para sempre. Fraternidade. “Recebi de suas mãos a Presidência da Comissão de Justiça e Paz”, afirmou.
“Éramos muito ligados profissionalmente”, acrescentou Luiza Erundina, de quem Dallari foi Secretário dos Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, quando era prefeita. “Deixou um legado pela defesa dos Direitos humanos, da democracia e para todos os cidadãos deste país”, afirmou.
Entre todos que passaram pelo Salão Nobre, o ex-diretor, professor Floriano de Azevedo Marques ressaltou a importância de Dallari em sua formação (o docente foi seu orientador na Pós-graduação).
Na despedida, a vice-diretora, Ana Elisa Bechara, professores da Casa, como Eunice Prudente, Gustavo Monaco, Pierpaolo Cruz Bottini, Rafael Mafei, Conrado Hubner, Ignácio Poveda, Gilberto Bercovici, Alberto do Amaral Junior, André de Carvalho Ramos, bem como de outras faculdades, como a vice-Reitora Maria Arminda, e de outras instituições, como Vidal Serrano e Márcio Cammarosano. E Modesto Carvalhosa.
Também participaram da cerimônia, Belisario dos Santos Júnior, Comissão de Justiça e Paz, o vereador Eduardo Suplicy, o ex-presidente Michel Temer, Fernando Haddad e demais.
