A Faculdade de Direito da USP guarda parte da memória que eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932 (em 9 de julho). No Pátio das Arcadas, o monumento ao MMDC mantém a história de 23 de maio de 1932, há 91 anos, quando ocorreu o massacre que antecedeu o movimento, causando a morte dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, assassinados por tropas federais ligadas ao Partido Popular Paulista, grupo político-militar sustentáculo do regime de Getúlio Vargas.
Registros dos jornais à época, conforme citação de testemunhas, ressaltam que entre as 22h30 e 23h de 23 de maio daquele ano, após comício, cerca de 300 pessoas se encaminharam para a sede do PPP, então sediado na Rua Barão de Itapetininga, esquina com a Praça da República. Ao chegarem no local, os manifestantes foram fuzilados por soldados posicionados nas janelas daquele edifício.
Foram vários feridos e mortos, dentre eles os homenageados Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade. Logo após o atentado, foi criada a sigla MMDC, em menção aos mártires da causa Constitucionalista, que passou a representar a organização civil contra a ditadura de Getúlio Vargas.
Após eclodido o levante, em 9 de julho de 1932, a organização passou a realizar o recrutamento dos voluntários para os combates, treinamento militar e demais esforços de guerra, além de arrecadar fundos e recursos em prol do conflito. A organização fazia intensa campanha por todo o Estado de São Paulo para o alistamento voluntário.
Tropas
Foi da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco de onde saiu o primeiro contingente de civis armados (09 de julho), que lutaram ao lado das tropas regulares do Exército e da milícia paulista.
Por fim, os restos mortais dos mártires da Revolução Constitucionalista de 1932 estão em Monumento Mausoléu (inaugurado dia 9 de julho de 1955) no obelisco do Parque do Ibirapuera.
Os jovens também são homenageados com nomes de ruas escolas. Duas avenidas na cidade de São Paulo marcam as datas mais importantes do evento: 23 de Maio e 9 de Julho, que se iniciam na Praça da Bandeira. O bairro da Mooca, na rua Cuiabá, também tem uma escola com as iniciais MMDC.
A Revolução contou com participação de vários entes da Faculdade de Direito e, no monumento presente na Arcadas, está a frase de um dos símbolos retratado em trecho do poema de Tobias Barreto: “Quando se sente bater / No peito heroica pancada / Deixa-se a folha dobrada / Enquanto se vai morrer...”.
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