Os primeiros dois painéis de “90 anos de excelência. USP e o futuro da Educação brasileira” aconteceram na Sala da Congregação da FDUSP
A história da Universidade de São Paulo se confunde com a própria história do Estado e boa parte com a do País. Agora, comemora 90 anos (dia 25 de janeiro) e tem realizado eventos com o objetivo de demonstrar um pouco desse significado. Em “90 anos de excelência. USP e o futuro da Educação brasileira”, na Sala da Congregação da Faculdade de Direito da USP, professores e historiadores aproveitaram para apresentar alguns desses detalhes.
Organizado pela Academia de Letras da SanFran, o evento foi dividido em duas etapas. No primeiro, reuniu Ana Paula Megiani (História da USP); Gustavo Monaco, presidente da Comissão de Pós-Graduação da FDUSP; Júlia Wong (membro do CA XI de Agosto) e Vitor Basso, presidente da Academia. No segundo bloco estiveram a diretora da Biblioteca, Lúcia Beffa; o docente Paulo Henrique Pereira, presidente da Associação dos Antigos Alunos da SanFran; e o historiador Ariel Pesso, pós-doutorando na FDUSP.
A condução das mesas foi feita por Alexandre Stevanato, da Academia de Letras. Acompanharam os debates os diretores da Faculdade, Celso Campilongo e Ana Elisa Bechara.
De acordo com Ana Paula, a história das universidades no Brasil é muito controversa, na medida em que durante todo o período da colonização o Brasil não teve universidades. “A colonização portuguesa não previa universidades no Brasil, ao contrário da colonização espanhola que desde o século XVI fundou as primeiras universidades do México, depois, em Lima (Peru). Isso acaba provocando, do ponto de vista historiográfico, um grande questionamento a esse respeito. Até o século XIX, o fato de o Brasil não ter universidade, demora muito para se ter grandes universidades”, disse.
Adiante, ressaltou a importância do convento de São Francisco, que cedeu todo esse espaço para a instalação da Faculdade do Largo de São Francisco. E falou da arquitetura dos prédios que envolviam os prédios das faculdades que antecedem a USP, com característica pós-clássica.
Monaco falou um pouco da atualização da Universidade em todos os cursos, desde a Graduação até a Pós-Graduação. Para ele, muito se discute se a USP tem 90 anos de história ou se ela tem quase 200. “Porque, afinal de contas, a nossa faculdade completará 200 anos de sua Fundação, pelo decreto de 11 de agosto de 1827”.
O docente ressaltou que é importante ter a consciência de que, apesar do papel das unidades pré-existentes à criação da USP, as faculdades que foram criadas a partir de 1934 vieram acumular conhecimentos para transformar a universidade no que ela é. “Eram pedras esparsas pela cidade (as faculdades). Às vezes, até havia alguma proximidade geográfica entre alguns desses cursos, mas eram entidades completamente desarticuladas”, disse.
Julia Wong relatou alguns pontos importantes na construção da USP. “Já existiam há mais de cem anos outras faculdades, que remontam outra época na história do País, mas enquanto universidade conjunta, entre vários institutos que são mais antigos que ela mesma, a grandeza e excelência da USP em seus 90 anos fazem dela a principal da América Latina”, diz.
No segundo período, Maria Lucia Beffa contou um pouco da história da construção que antecede, inclusive a história da FDUSP, uma vez completará 200 anos em 2025. Entre os quais citou vários bibliotecários que pela SanFran passaram. Eles representam uma linda história da nossa biblioteca, o que ela representa na criação dos Cursos Jurídicos. A nossa biblioteca toi ao longo desses anos se desenvolvendo. Hoje eu digo que nossa biblioteca é um monumento. Temos livros de todas as áreas do conhecimento.
Pesso relatou algumas passagens da FDUSP para o engrandecimento do País. Falou de algumas memorias histórico-acadêmicas e citou como exemplo uma de 1955. O pós-doutorando tem feito um grande trabalho de resgate da história da faculdade.
Por sua fala, Pereira assinalou a importância da faculdade na construção jurídica brasileira, observando a grandeza da Biblioteca. “Para estudar qualquer assunto, você tinha de se mergulhar nos livros. Uma biblioteca era central para desenvolver o mundo jurídico, para que os legisladores fizessem leis, para que os conselheiros imperiais, as pessoas que trabalhavam nessas questões fizessem o Estado avançar. Pontuou algumas passagens como o fato de alguns dos livros da faculdade provavelmente terem ajudado a construir leis como a do Ventre Livre. Aproveitou ainda para contar um pouco do tempo que foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto.
Confira transmissão: https://youtu.be/z9IJ96lKFgE?si=_9CMgvquPbeEbpWG
Edição: Kaco Bovi
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