A professora Ana Elisa Bechara, Direito Penal da Faculdade de Direito da USP, traça um panorama do ensino jurídico no bicentenário da Independência, na série de podcasts produzido pela Comissão de Graduação da FDUSP, presidida pela docente Maria Paula Dallari Bucci (DES).
Vice-Diretora da Faculdade de Direito, Ana Elisa tomou posse em 21/02 de 2022, ao lado do professor Celso Campilongo (diretor), terá a missão de conduzir a SanFran para seus 200 anos, a serem comemorados em 2027, juntamente com a Criação dos Ensinos Jurídicos no País. Ou seja, o mandato deles será marcado por muitos desafios.
A começar pela Independência, conforme destaca a docente nessa séria de podcasts, conduzido por M. Paula e por Sheila Neder Cerezetti (DCO).
Questionada sobre os problemas enfrentados no ensino no arcabouço do Direito Penal, assinala tratar de questão fundamental no século XXI, que exige mudanças na forma de ensinar. “Quando se fala da USP, a gente acompanha percurso histórico que nasce com missão clara no sentido de formar as elites políticas do país. Esse projeto foi bem sucedido na sua época. Os tempos evoluíram e estamos diante de uma nova sociedade. É um papel que tem de ser repensado”, diz.
A docente elenca as desigualdades sociais, mudanças politicas e dificuldades econômicas como exemplos para se repensar o Direito. “Para além, a gente vive um momento preocupante, com retrocesso no sentido democrático”, adiciona.
E qual o papel específico da Faculdade de Direito? “Formar alunos e alunas que amanhã serão os detentores do Poder, lidando diretamente com a vida das pessoas.”
Ou seja, acrescenta, tem de formar pessoas capazes de refletir criticamente sobre os problemas e trazer soluções para essas questões. Dessa forma, formar operadores do Direito que não devem aplicar de forma automática as normas existentes à realidade, como se estivessem fazendo sentenças matemáticas.
“Eu diria que essas novas demandas devam revolucionar a forma como a gente ensina na Faculdade e também a forma como a pesquisa se desenvolve. O que já vem ocorrendo na FDUSP”.
Dentre outros temas, a vice-diretora tratou também da importância da interdisciplinaridade, que proporciona diálogo muito bem estabelecido entre docentes de áreas distintas.
“O próprio conteúdo programático evoluiu. Os alunos aprendem e os professores também. Essa interdisciplinaridade revoluciona”, afirma.
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