A troca de informações sobre o trabalho da Advocacia, principal área de atuação dos profissionais de Direito, e a possibilidade de organizar ações conjuntas, dentre as quais as realizações de palestras, seminários e congressos, marcaram visita (24/11) do presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados de Portugal, João Coronha Massano, à Faculdade de Direito da USP.
Recebido pelo diretor da FDUSP, Celso Fernandes Campilongo, o dirigente tratou de temas comuns aos dois países e ressaltou o interesse de estreitar as relações entre a entidade por ele representada e a SanFran, bem como a Advocacia portuguesa como um todo.
Massano estava acompanhado pelo professor Homero Batista, Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social, e pelos advogados Rui Aurelio de Lacerda Badaró e Yun Ki Lee, antigo aluno da FDUSP.
Para Campilongo, as possibilidades de parcerias dessa envergadura ajudam a ampliar o conhecimento jurídico dos dois países, uma vez que permitem a troca de ideias sobre a atuação jurídica e legislações brasileira e portuguesa. “Quanto mais conhecimentos jurídicos do exterior pudermos trazer para nossos alunos (tanto da Graduação quanto da Pós-Graduação), bem como nossos professores levarem nossos ensinamentos, mais fortalecidos estarão os sistemas judiciários dos dois países”, disse.
Uma das questões citadas por Massano foi a importância de se trabalhar matérias envolvendo tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial. Nesse sentido, Campilongo assinalou a velocidade das mudanças.
Por sua vez, o advogado português citou, como exemplo, situações envolvendo Inteligência Artificial. Segundo ele, o Brasil está mais avançado no tema e Portugal pode aproveitar esse aprendizado para melhorar sua legislação.
Campilongo concordou e citou como exemplo cursos de Medicina, do início ao final do curso, com dois anos de residência. “O que o aluno aprendeu no primeiro ano (passados sete anos) com a tecnologia que tem um peso tão intenso na Medicina, já estará tudo ultrapassado”, disse.
E acrescentou: “Coisas desse tipo estão acontecendo também nos cursos de Direito. Depois de cinco anos, num escritório de Advocacia, nos tribunais e em outros espaços jurídicos, o mundo do Direito estará completamente diferente. Nós temos de estar preparados para isso”.
Por sua vez, Homero citou como exemplo pesquisas que apontam ao longo do período que muitas coisas na área de Direito do Trabalho estavam desatualizadas, por conta dos avanços em cinco anos de Graduação.
Após as conversas, o grupo aproveitou para visitar as instalações da FDUSP. Massano ficou encantado com o Salão Nobre e as Salas da Congregação e das Becas (dos Professores). Também ficou entusiasmado com a coleção a Biblioteca, perto de completar 200 anos de fundação, em 2025.
Edição: Kaco Bovi