Edição: Kaco Bovi
A retomada das atividades do Instituto Pimenta Bueno e “Encontros de Direito Constitucional | Diálogos Geracionais”, da Faculdade de Direito da USP, reuniu professores e dirigentes (10 de outubro) no Auditório Goffredo da Silva Telles Jr.. O evento marcou uma homenagem ao professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, fundador do Instituto, em 1981, e que agora voltou à presidência.
Foi seguido pelo lançamento do livro “Estado de Direito e Constituição” de autoria do homenageado. Conforme explicado pelos organizadores, a ideia dos diálogos geracionais é demonstrar que o legado do Instituto foi transposto para as gerações seguintes de professores e de alunos.
A mesa foi composta pelo diretor da FDUSP, Celso Campilongo, e pelos professores da SanFran José Levi do Amaral, Renato Silveira e Ferreira Filho. Também compuseram, o presidente da Associação dos Antigos Alunos, Rui Caminha; Cesar Mecchi Morales e Beyla Fellous.
Os trabalhos foram mediados por Antonio Ali Brito. Acompanharam as atividades, a vice-diretora da FDUSP, professora Ana Elisa Bechara; e o docente Roger Leal.
Brito relatou que os encontros se frutificaram muito. “É uma honra estar aqui, neste momento que resgata um fator importante da sociedade que é a intergeracionalidade”, disse. De acordo com ele, no âmbito da Academia esse valor intergeracional se faz ainda mais presente. “Por um lado, está o símbolo da vitalidade dos professores que nos brindam com suas estimáveis lições e, por outro, um censo de proporção e valorização histórica para os jovens que têm o privilégio e a honra de poder aprender nesses encontros”, disse.
Ferreira Filho fez um relato das Constituições do País e da Democracia; e se disse emocionado por várias razões. “A primeira delas é que, graças à colaboração da Associação dos Antigos Alunos, pudemos ressuscitar o Instituto Pimenta Bueno. Desde 1981, os constitucionalistas resolveram promover eventos reunindo professores brasileiros, quando havia dinheiro, trazíamos professores estrangeiros”, disse. De acordo com ele, a retomada das atividades ajuda em questões como a do prestígio da Faculdade.
A seguir, citou Montesquieu, para falar da essência do princípio democrático. “Para Montesquieu, a República é o governo onde o povo ou parte do povo detém o poder soberano. Ele insistia que cada forma de governo dependia dessa cultura, dessa forma de ser”, disse.
José Levi agradeceu a oportunidade da retomada das atividades. Dirigindo-se ao professor Manoel Gonçalves, disse: “É um privilégio muito grande contar com sua vitalidade”. Destacou ainda que o docente homenageado tem demonstrado carinho à Faculdade e a todos que fazem parte dela e do Instituto. E acrescentou: “Nada mais pleno na realização desse ideal acadêmico que a formação do discipulado. O professor Manoel gestou e gesta isso até hoje. Isso aqui e realizando vocação nacional e internacional do Largo São Francisco. O professor Manoel tem orientandos no País e em todos os estados brasileiros”.
Celso Campilongo reforçou a todos envolvidos na iniciativa. “Esses encontros intergeracionais, sem dúvida, gerarão efeitos bastante positivos para a Faculdade. O professor Manoel demonstra toda a preocupação com a Faculdade. Nessa linha, podemos ficar tranquilos porque estamos num bom caminho”, afirmou.
Campilongo assinalou ainda o positivismo feito pelo professor Ferreira Filho. “Em pouco minutos, fez uma exposição capaz de sintetizar de forma precisa a história do constitucionalismo brasileiro, do ensino do Direito Constitucional no Brasil e da história da nossa democracia. essa capacidade de síntese é dignificante e deslumbrante”, afirmou.
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