Os desafios da nova gestão na Universidade de São Paulo e Faculdade de Direito da USP permearam a edição de maio do Podcast “Jus no Fim do Túnel”, produzido pela Fundação Arcadas (instituição de apoio à SanFran), que teve como convidadas as professoras Ana Elisa Bechara, Vice-Viretora da FDUSP, e Maria Arminda do Nascimento Arruda, Vice-Reitora da USP.
Na pauta, as perspectivas de futuro e as dificuldades sociais e políticas que cercam o ensino. A conversa foi conduzida pelo professor Marcelo Bonizzi (Direito Processual FDUSP e Procurador-Geral da USP).
De acordo com as docentes, a visão global da USP e da FDUSP é desafiadora e de grande responsabilidade. “Desafiadora porque, quando pensamos os grandes desafios, estamos projetando a Universidade para frente”, assinala Maria Arminda.
Ela conta que as Universidades são grandes referências institucionais e têm papel muito particular em países como no Brasil. “E a USP cumpre papel de integração social, papel referente para as questões da sociedade”.
Entre outras questões, trataram de insegurança política, jurídica e de insegurança em relação à manutenção das instituições democráticas. Ressaltaram o problema social, que teve o fosso ainda mais aprofundado por conta da pandemia. Maria Arminda falou da aprovação, por parte do Conselho Universitário, da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, “com vários programas voltados para o sentido republicano da Universidade”. Com relação à sua história na USP, afirmou: “Eu aposto na Universidade de São Paulo. Sinto uma verdadeira emoção quando falo da USP. Essa universidade me ofereceu tudo. Encontrei um lugar no mundo”.
Por sua vez, Ana Elisa ressaltou que a diretoria atual herdou feitos muito positivos da gestão anterior, com processos a serem continuados. Porém, a pandemia trouxe um cenário complicado, de grandes desafios.
Mais adiante, a docente ressaltou que é preciso pensar nos 200 anos da Faculdade e da Fundação dos Cursos Jurídicos, a acontecer em 2027. “Isso nos provoca a uma reflexão sobre o próprio papel da Faculdade de Direito para o Ensino Jurídico e para o próprio desenvolvimento do Direito no Brasil. Esse é contexto que nos faz pensar nos desafios que temos”, disse.
Ana Elisa acrescentou como desafios o fato de o Brasil viver um momento conturbado. “De um lado temos fortalecimento de movimentos sociais, voltados à inclusão e à cidadania, mas, de outro, temos ataques ao próprio estado democrático de Direito”, avalia. Ou seja, gera esperança de uma sociedade mais justa, mais equânime, mas também gera preocupação de retrocessos. Ademais, abordou a importância do salto qualitativo no conhecimento, da recém-criada Comissão de Inclusão, e dos projetos de pertencimento, como o “Adote uma Sala” e o “Adote um Aluno”.
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