Palestrantes apontam algumas das principais razões para a escolha profissional
Edição: Kaco Bovi
Os desafios que os estudantes da Faculdade de Direito da USP irão enfrentar caso optem pela carreira advocatícia estiveram em debate durante a Semana de Recepção às Calouras e aos Calouros, no Salão Nobre da FDUSP. A mesa, conduzida pelo professor Jose Carlos Puoli, Direito Processual Civil, contou com exposições de Rogério Lauria Marçal Tucci, Stéphanie Samaha, Maximilian Fierro Paschoal, Paulo Casagrande e Marcelo Lucon. Entre as dicas formuladas estão criar rede de relacionamentos, investir na aprendizagem e no aprimoramento profissional, independentemente da área de atuação.
Puoli fez a apresentações dos palestrantes e ressaltou a importância desse debate para que os alunos possam ter conhecimento da profissão. “São profissionais que trazem informações muito úteis para o conhecimento do que serão os anos na faculdade e, também, sobre o futuro da carreira advocatícia, com referências a esse respeito”, disse.
De acordo com Tucci, ao contrário do que se fala sobre a saturação da profissão (são mais de 1,4 milhão de advogados), é importante entender que a carreira é segura, estável e tem espaço para todo mundo. Falou da atuação consultiva e contenciosa. “Sou um advogado contencioso. Só trabalho com briga”, afirmou. Nas abordagens acentuou o fato de ser um advogado generalista e acrescentou que, atualmente, o mercado requer um certo nível de especialização. “Durante a carreira de vocês, isso será mais exigido ainda. Com maior especialização, você tem um domínio ainda maior do que faz. De qualquer forma, a base tem de ser sólida”.” E reforçou a importância de investir numa pós-graduação.
Samaha falou sobre a profissão, destacando ter aproveitado as oportunidades que a faculdade forneceu. “A gente tem uma carreira que permite múltiplas possibilidades e podemos ser felizes em muitos caminhos. É importante fazermos um pouco de testes para sentir o que funciona e o que não funciona em nosso perfil”.”
Para ela, o primeiro estágio é fundamental para o ciclo de aprendizagem. “A gente precisa de persistência e consistência. Nossos clientes nos entregam questões muito relevantes e a consistência é muito importante”, acrescentou, para contar sua experiência profissional, na carreira tributária. Vocês começam, agora, uma nova jornada. Múltiplas possibilidades vão surgir. A gente entra na faculdade pensando que vai aprender tudo que precisa e sair prontos para o mercado de trabalho, mas é preciso entender que o conhecimento jurídico é ponto de partida e não linha de chegada. Sem o conhecimento jurídico vocês não vão avançar, mas precisam de muito mais para serem bem-sucedidos na carreira. De acordo com ela, um bom advogado precisa ter boa fala, boa escrita, liderança. Isso faz o profissional se destacar no mercado.
“Construir uma carreira solida exige repertório. Vocês não vão sair da faculdade para ser sócios em escritórios, mas esse dia vai chegar”.”
Max relatou que os estudantes vão aprender que existe uma hierarquia entre as leis e a profissão de advogado, inclusive previsto no artigo 133 da Constitição, que sintetiza todo um histórico da carreira até ser reconhecida. “Somos imprescindíveis diante da Justiça”. Uma responsabilidade que traz características necessárias para se tornar um bom profissional. Ele reforçou que a primeira grande responsabilidade de um bom advogado é a ética profissional. “A principal características de um profissional é sua credibilidade, a necessidade de confiar nos relacionamentos que são criados. Vocês vão estudar o resto da vida de vocês. Precisamos criar”.” Falou ainda da Inteligência Artificial. “Dizem que a IA vai acabar nossa profissão. Não vai. Vai mudar muita coisa e temos de simplificar” . Citou características para ser bom profissional, como a franqueza e a honestidade. Tomou como exemplo como sinônimo de simplicidade o que o advogado Pinheiro Neto já citava na década de 1940. “mais do que isso, a gente tem de ter a consciência de informar. Somos prestadores de serviço e o interesse que está lá é do cliente.
Falou ainda da organização empresarial. A gente precisa da multidisciplinariedade. Por fim, relatou a importância de ter foco, de conhecer o cliente e saber se ele está preparado para entrar em uma briga jurídica.
Puoli aproveitou a transição entre uma fala e outra para destacar as mutações do Direito. Adicionou que áreas novas foram aparecendo na profissional, o que exige aprimoramento constante e citou como exemplo disciplinas como a de Direito Ambiental que atualmente tem nas faculdades e antes não existiam.
Paulo Casagrande convidou aos calouros a deixarem um pouco da intensidade deles em tudo que fizerem durante os cinco anos que terão pela frente. “A vida não tem mapa, vocês vão encontrar o caminho. Relatou um pouco da vivência que teve dentro da Faculdade. “Aproveitem de maneira intensa as oportubidades que vão surtgir no período que estiverem na faculdade”.
Marcelo adicionou o privilégio da conquista dos alunos, por terem ingressado na FDUSP. “Nunca parem de estudar. O conhecimento técnico de vocês vai leva-los para frente. Não tem sucesso quem não trabalha bastante, quem não agrega valor, quem não tem comportamento ético, quem não tem equilíbrio. Sejam éticos, é a melhor maneira de serem corretos”, acrescentou.
