“Foi um sonho. Antes até brincamos dizendo que, se ninguém tomasse um tiro, faríamos um jantar para avaliar o evento. O clima foi muito mágico; não teve nenhum acidente; até o tempo ajudou”. A fala da professora Ana Elisa Liberatore Bechara, vice-diretora da Faculdade de Direito da USP, retrata a tensão vivida com os atos do 11 de agosto no histórico Pátio das Arcadas.
Em entrevista ao repórter Uirá Machado, para a Folha de S.Paulo, a docente retrata os acúmulos e emoções vividos nos últimos dias.
Especialmente ao ler a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros Estado Democrático de Direito Sempre”, juntamente com as docentes Eunice Prudente e Maria Paula Dallari Bucci, e o jurista Flávio Bierrenbach.
Ana Elisa aborda na entrevista os preconceitos existentes na sociedade, principalmente contra as mulheres. "Tivemos muitas mulheres nesse evento por uma questão de representatividade. Para que todas as mulheres olhem e falem: ‘Olha só! Então a gente pode também’", afirma.
Questionada sobre os próximos andamentos, após a leitura da Carta, resume: “Temos que manter essa vigília cívica”.
Quanto à emoção da Carta, ressaltou: “Foi uma mistura de sensações, porque tem muita coisa envolvida. Como franciscana [formada na São Francisco, apelido da Faculdade de Direito da USP], tem todo o vínculo com a história do professor Goffredo da Silva Telles Jr., que leu a "Carta aos Brasileiros" em 1977, com a história da faculdade. Isso é muito honroso”.
Ana Elisa acrescentou que como cidadã brasileira, foi um momento único. “Durante tanto tempo eu quis falar como brasileira, não como professora, e aquele foi meu momento de fala, mas ao mesmo tempo não era só eu –eu estava ali sendo a voz de muita gente. Isso foi muito mágico”, assinala.
Perto de completar um milhão e cem mil assinaturas, a Carta continua recebendo adesões.
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