Neste 25 de abril, serão celebrados 200 anos dessa que antecede até a própria criação dos Cursos Jurídicos
“Nossa biblioteca é um mundo a ser pesquisado. Que honra, que coisa boa a Faculdade de Direito ter essa biblioteca de 200 anos. Quanta dedicação dos funcionários, em todas as épocas. Fizeram tudo isso para chegarmos nessa biblioteca deste tamanho”. A fala de Maria Lúcia Beffa, diretora da Biblioteca da Faculdade de Direito da USP, que completa 200 anos neste dia 24 de abril de 2025, resume um pequeno pedaço do que significa esse bicentenário.
Em entrevista para o Portal da FDUSP, ela explica um pouco da trajetória, conta parte dessa história e aponta algumas iniciativas que estão sendo pensadas, visando o futuro. Explica os passos desde a incorporado do acervo da biblioteca dos Jesuítas. “Oficialmente, estamos considerando a partir de 24 de abril de 1825; mas esse acervo está sendo construído desde o século XVII, mais ou menos”, diz.
A bibliotecária destaca a diversidade de obras, nos mais de 500 mil volumes, contando a partir dos livros raríssimos, como a Bíblia Poliglota, um livro-patrimônio da humanidade, passando pela literatura, história da Espanha, de Portugal, muitas publicações religiosas, até alcançar um grande patrimônio jurídico. “A biblioteca da faculdade tem sido uma referência muito grande na história do Brasil”, acredita.
Desde a sua concepção, a principal biblioteca pública de São Paulo, tem atendido a sociedade paulistana e brasileira mesmo antes da criação da biblioteca Mário de Andrade. “Essa biblioteca surgiu de uma ideia extremamente inovadora, voltada para sociedade”.”
Ao falar de grandes personalidades apaixonadas pela biblioteca, que contribuíram para a formação do acervo, por meio de doações, citou alguns professores, como Dalmo de Abreu Dallari, José Afonso da Silva, Antonio Juqueira. “O professor Junqueira conhecia todo o acervo da biblioteca. Ele sabia sobre as obras”.”
Entre alguns dos pontos tratados, Beffa falou da digitalização do acervo, do novo prédio que está sendo construído, da implantação de um novo sistema de anti-incêndio. Tratou da importância da biblioteca para os estudantes na Graduação, na Pós-Graduação e para os pesquisadores, bem como da influência para o sistema político-social. Lembrou da diversidade que marca a história de pequeno pedaço do Largo de São Francisco, que volta-e-meia ganha o mundo, ressaltando que
Por fim, ressaltou que o grande orgulho de sua vida é poder trabalhar na Biblioteca da Faculdade de Direito da USP. “Sou muito grata por poder trabalhar aqui, nessa que é a mais do Brasil”, disse.
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Comemorações
Símbolo de tradição e de inovação, a Biblioteca da Faculdade de Direito da USP completa, neste 24 de abril de 2025, duzentos anos de fundação. Anterior à própria criação dos Cursos Jurídicos no Brasil (1827), abriga parte da história nacional e paulista. Não dá para dissociar no contexto político-social do Brasil a formação do grande número de personalidades do mundo jurídico, acadêmico e intelectual da Biblioteca, berço de ajuda na formação da sociedade.
Muitos dos nomes relevantes para o País nos últimos 200 anos – entre 13 presidentes, ministros de estado e de cortes superiores, poetas, escritores (citando alguns, como Castro Alves e Álvares de Azevedo) –, passaram pela Biblioteca, para fazer suas pesquisas, estudar, se formar.
Assim, a primeira Biblioteca da Província de São Paulo há dois séculos conta a história do País. É testemunha de conhecimento, pesquisa e evolução do Direito, com um grande Patrimônio Bibliográfico.
Possui acervo de mais de mais de 500 mil volumes de relevância nacional e internacional, incluindo uma grande coleção de raridades.
E um dos marcos desse bicentenário será o novo prédio, moderno e preparado para atender toda à demanda da comunidade franciscana e do público externo. As obras já estão em andamento.
Para comemorar essa efeméride preparou diretores, professores e estudantes prepararam uma programação especial com apresentação da Orquestra Locomotiva. Será seguida pelo “Ato solene de inauguração de placa comemorativa do bicentenário da Biblioteca”.
O evento, no Salão Nobre, terá exposições do diretor da FDUSP, professor Celso Fernandes Campilongo; da diretora da Biblioteca, Maria Lúcia Beffa; do professor Maurício Zanoide de Moraes, coordenador do projeto de restauro da Sala de Consulta; e da presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, Julia Wong, entre outros convidados.
Os organizadores ressaltam que o bicentenário é mais do que uma celebração, é uma oportunidade para refletir sobre o valor da Biblioteca, do conhecimento e da sua preservação para as futuras gerações.
