A Sociologia Jurídica no Brasil esteve em pauta ao longo de dois dias, na Faculdade de Direito da USP, para discutir o andamento dos temas atuais, com base no ensino e na pesquisa. Evento organizado pelo professor Lucas Amato reuniu professores, juristas, pesquisadores, especialistas em torno do debate. Dentre os quais, estiveram os professores Celso Campilongo e José Reinaldo Lima Lopes, durante o lançamento do livro “Punição e Sensibilidade Moderna”, do professor Luciano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco. Os encontros ocorreram no Auditório Ruy Barbosa Nogueira.
Ao abrir os trabalhos no dia 27, Campilongo agradeceu ao professor Lucas Amato pela iniciativa de organização do evento e fez uma menção especial ao professor Luciano de Oliveira. “O Luciano é um professor muito querido que sempre está presente aqui na faculdade, entre outras coisas, faz o lançamento do livro Punição e Sensibilidade Moderno”, disse. “É um nome conceituado, renomado, nacionalmente e internacionalmente, com textos marcantes para a história da Sociologia e da Sociologia Olímpica Brasileira. E é sempre uma alegria receber uma personalidade dessa magnitude na faculdade”, acrescentou.
Por sua vez, Oliveira fez um relato de várias passagens e da importância da leitura para a formação acadêmica e filosófica. “Quando fui convidado para vir apresentar meu livro aqui na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, depois de ter feito na Faculdade de Direito do Recife, ambas criadas por decreto imperial, no mesmo dia, hora e número de decretos, em 1827, fiquei muito emocionado. As duas faculdades, daqui a dois anos completarão seu bicentenário”, disse.
Amato relatou o emprenho da Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito para a realização do evento. Falou de vários professores que fizeram história na área e destacou o fato de poder discutir o livro mais recente do professor Luciano. “Quero também homenagear a trajetória dele como um sociólogo do direito que foi também um nome significativo para filosofia política. Talvez, seguindo um pouco aquela frase do Joaquim Falcão de que a sociologia jurídica não é uma disciplina, é uma indisciplina, é um sociólogo do direito indisciplinado”, disse.
José Reinaldo ressaltou, para além do sentido teórico, filosófico, a atitude crítica também com o ambiente acadêmico de Luciano de Oliveira. “Ele dizia, e todos nós que frequentamos as faculdades de direitos, sabemos que (Michel) Foucault virou, num determinado momento, um ícone. Então, para você ser moderno e crítico, você tem de ser Foucaultiano, mesmo não entendendo o Foucault. E a atitude do Lucino sempre foi justamente aquilo que se atribui ao Foucault (bem ou mal) que é a suspeita. Ele é um mestre da suspeita e, portanto, a gente tem que aprender a suspeitar e suspeitar dessa assimilação fácil”, disse. Apontou como um terceiro ponto na Obra de Oliviera o que chamou de internacionalização colonizadora.
Patrick Cacicedo realçou: “O livro que celebramos hoje é uma recusa das explicações prontas, uma tentativa de desenvolver complexidade. Então, o conhecimento crítico significa, simplifica em excesso. Confesso que eu saí com a cabeça fervendo na leitura, muitas inquietações, no sentido positivo, muitas interrogações. A leitura despertou curiosidades e muitas ideias de pesquisas futuras”, acrescentou.
Participaram dos encontros, os docentes José Eduardo Faria (FDUSP), Eliane Junqueira (PUC-Rio), Pedro Henrique Ribeiro (Universidad de Monterrey), Orlando Villas-Bôas Filho (FDUSP); o doutorando Leonardo Marques de Souza.
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