Representantes da Associação de Antigos Alunos e das associações estudantis (Centro Acadêmico XI de Agosto e Representação) da Faculdade de Direito da USP entregaram (21/06) à Diretoria da Faculdade de Direito da USP um Manifesto assinado por professores, juristas, antigos alunos, ex-dirigentes do CAXI de Agosto, em protesto aos atos de violência policial cometidos contra estudantes durante a cerimônia de posse do procurador-geral de Justiça (24/05), no Salão Nobre da Faculdade.
Na reunião desta sexta-feira, Flavio Flores da Cunha Bierrenbach (advogado e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar) fez a entrega do documento “Território Livre” ao diretor Celso Campilongo. O encontro foi acompanhado pelo presidente da Associação dos Antigos Alunos, Paulo Pereira; Gustavo Úngaro, e estudantes.
Na conversa, os participantes reiteraram que sequer nos tempos da ditadura militar ocorreram investiduras na parte interna da Faculdade. Por sua vez, Campilongo lembrou das atitudes tomadas na sequência por ele e pela vice-diretora Ana Elisa Bechara, como o registro de um Boletim de Ocorrência e uma nota pública, bem como as atitudes tomadas no mesmo dia, em defesa dos alunos e da instituição.
O diretor acrescentou que a Faculdade continuará a tomar providências para a apuração das responsabilidades pelos abusos, ilegalidades e excessos praticados pela Polícia. E que o tema será levado à Congregação da SanFran (órgão colegiado) para que sejam discutidas as próximas ações a serem realizadas.
Entre os juristas e representantes de outras instituições que assinam o documento estão os diretores da FDUSP, Ana Elisa e Campilongo; o ex-diretor e ministro do TSE, Floriano de Azevedo Marques Neto; o advogado Belisario dos Santos Jr; o docente e ex-ministro Celso Lafer; o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias; os professores Tercio Sampaio Ferraz Junior e Eugenio Bucci (ECA-USP); o ministro Paulo Teixeira; e tantos outros.
O manifesto registra que em quase duzentos anos, desde sua fundação em 1827, a Academia de Direito já atravessou períodos medonhos de supressão das liberdades democráticas no País, tendo assinalada folha de serviços prestados à causa da liberdade.
“O Largo de São Francisco, com seus professores, alunos e antigos alunos, ao lutar contra duas ditaduras, ao dar abrigo a perseguidos políticos, ao denunciar arbitrariedades, ao manter um espaço consagrado ao saber e ao exercício da liberdade de expressão, construiu uma perene trincheira democrática, permanentemente aberta a todos aqueles engajados na busca da Justiça”, diz o texto.
Acompanharam o encontro os alunos Franciso Villela (CAXI de Agosto), Cristóvão Borba, que fez a leitura do manifesto, Arthur Guerra, Vitor Sato (Associação dos Antigos Alunos) e demais estudantes.
Leia o manifesto completo: https://encurtador.com.br/fyFZk
#fdusp #direitousp #manifesto #xideagosto