As principais dúvidas sobre a carreira diplomática foram abordas em palestra na Sala da Congregação da Faculdade de Direito da USP (20/04). Para um espaço lotado por alunos que sonham um dia seguir na profissão ou que gostariam de ampliar o conhecimento sobre o tema, a diplomata Andrea Carbone, antiga aluna das Arcadas, apresentou os caminhos e respondeu diversas perguntas.
Em mesa composta pelos professores Gustavo Monaco, chefe do Departamento de Direito Internacional; e os diretores Celso Fernandes Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, ficou claro que, independentemente de qual seja o governo, a diplomacia deve seguir os passos do aprendizado recebido, a começar pela formação no Instituto Rio Branco. Entre as exigências para a profissão, é fundamental o domínio de idiomas.
Andrea falou da importância da diversidade, realçando a criação da Associação de Mulheres Diplomatas do Brasil (https://mulheresdiplomatas.org), e as dificuldades enfrentadas na carreira.
Conforme explicou, há pouco mais de 24% de mulheres no Itamaraty e, no Instituto Rio Branco (https://bit.ly/3Lf9q8O ), em torno de 40%. Para ela, como em qualquer carreira, ser mulher pode dificultar de alguma forma. “A pergunta que mais se escutava (quando você decidia ser diplomata) é: o que você vai fazer com seus filhos?”, disse. “Mas isso tem mudado”, acrescentou, observando que muito ainda precisa ser feito.
Entre os questionamentos, entraram perguntas de como lidar, por exemplo, com a questão financeira no Exterior. A diplomata realçou que é levada em consideração o custo de vida no local de onde estejam.
Também falou do tempo máximo que se pode ficar em determinadas embaixadas e que, para buscar as promoções dentro da carreira (com postos de A ao D), é necessário ter um período de atividades no exterior. Para alcançar os maiores posto, são exigidos tempo em determinada classe, na carreira e de convício no exterior”, afirmou. E destacou os cuidados necessários com entrevistas concedidas e com postagens nas redes sociais.
Monaco assinalou que é uma carreira brilhante, com função de destaque e que os estudantes da FDUSP têm uma contribuição muito relevante, por meio de sua formação e de instituições da USP, como o Instituto de Relações Internacionais. Por fim, acrescentou: “É preciso ter perseverança. Não é nada fácil, sobretudo pela relevância das funções a serem desempenhadas”.
Campilongo realçou a diversidade dos alunos assistindo à palestra, multiétnica e com sotaques de várias regiões do país. “Acho interessante que tenha num auditório como esse, com tantas peculiaridades”, disse.
“Gostaria muito de agradecer a presença de todos e ao Itamaraty por nos ajudar a ter esse encontro”, disse Ana Elisa. “Que orgulho de ter essa mulher forte e jovem como diplomata. Mostra que isso é possível. Que todos podem chegar lá”, acrescentou, ao agradecer às explicações dadas pela convidada.
Conheça mais sobre a lei que rege a carreira: https://bit.ly/41trgKQ
Edição: Kaco Bovi I Foto: César Viegas
#fdusp #direitointernacional #itamaraty #relacoesexteriores #diplomacia