Estudo coordenado pelo professor de Direito do Trabalho buscou mapear conteúdos disponíveis, para comemorar o bicentenário da Biblioteca
Edição: Kaco Bovi
O professor Otavio pinto e Silva, Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP, tem um carinho especial pela Biblioteca da instituição, que completou 200 anos em 25 de junho. Em entrevista ao Portal da FDUSP, o docente conta parte dessa história e fala do trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho de pesquisa proteção do trabalhador e promoção de relações do trabalho, por ele coordenado.
Os integrantes desse grupo investigaram como se deu a formação do acervo sobre a matéria trabalhista. Nas pesquisas foram identificadas obras que ajudaram na elaboração de conteúdos sobre o Direito do Trabalho.
De acordo com ele, a pesquisa foi excelente e buscou traçar ainda o trabalho desenvolvido pelo professor Antonio Ferreira Cesarino Jr., precursor do Direito do Trabalho no Brasil. “O professor Cesarino teve essa influência muito grande na formação desse acervo. Foi alguém que trouxe uma visão diferente acerca da forma de lidar com o trabalho humano”.”
Pinto e Silva reforçou ainda que o docente tinha uma interlocução muito boa com o outros países, destacando o processo de internacionalização da própria Faculdade.
Entre outros temas, Silva tratou ainda da Era Getulio Vargas, da criação da Consolidação das Leis do Trabalho. “Nossa bibliografia, que trata tanto do direito individual quanto do direito coletivo do trabalho, está ligada à legislação trabalhista produzida nesse período de Getúlio Vargas. Lógico que, posteriormente, tivemos muitas modificações a legislação foi se adaptando até chegar na Constituição 1988”.”
Sobre a atualização legislativa e do acervo, o docente ressaltou que há uma atualização constante na Biblioteca. “É importante que consiga fazer um diálogo com aquelas obras mais antigas e isso é plenamente possível quando a gente tem, por exemplo, um manual de direito do trabalho que trata de questões da lei posta hoje, de como está a nossa legislação trabalhista”, disse.
Sobre os desafios trazidos pela tecnologia, acredita que a Inteligência Artificial veio para ficar e que vai ajudar no desenvolvimento. “Ela terá, sim, de ser utilizada e o que a gente precisa é conseguir compatibilizar a inteligência artificial com a criação humana”, avalia.
Pinto e Silva assinalou sempre ter sido frequentador assíduo da Biblioteca, tanto para os estudos na Graduação quanto para as pesquisas na Pós-Graduação. E se emocionou ao lembrar da primeira vez que ingressou no depósito de livros, em uma aula do professor Goffredo da Silva Telles Jr. “Aquilo me marcou”.”
Para ele, os 200 anos da biblioteca são um momento muito significativo. “É algo de nos dar orgulho, pensar que a biblioteca é mais antiga do que a própria Faculdade”, afirmou. “Poder fazer parte deste ambiente e estudar com os livros que aqui estão, é algo que deve fazer com que qualquer estudante que entre na USP se orgulhe de poder estar aqui presente”.”
Assista. Discuta. Reverbere: https://youtu.be/cush9VSkrvk
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