Anúncio foi feito durante abertura do Simpósio Internacional de Inclusão no Ensino Superior: O Direito à Diferença
Debates para produzir estratégias ao autista e à pessoa com deficiência, garantindo o direito pleno à cidadania e quebrando as barreiras arquitetônicas, atitudinais, sociais, marcaram a abertura do “II Simpósio Internacional de Inclusão no Ensino Superior: O Direito à Diferença”, que acontece até sexta-feira (31/03), no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP. A FDUSP também foi selecionada para receber o Selo de Comprometimento com a Inclusão “Todos nós”, que será entregue no último dia do evento.
A mesa de abertura, foi coordenada por Guilherme de Almeida Prazeres, presidente da Associação Nacional de Inclusão do Autista. Ao seu lado, a vice-diretora da FDUSP, Ana Elisa Liberatore Bechara, o professor André de Carvalho Ramos (DIN-FDUSP), Marcos da Costa, secretário de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Paulo Negri, da Universidade Estadual Maringá; Marcelo Ataíde Ferreira Garcia, representando a família das pessoas autistas.
Ao iniciar as falas, Prazeres ressaltou a importância do evento dentro de um espaço como a Faculdade de Direito, voltado para pessoas que têm de ser observadas, muitas vezes, de forma particular. E informou sobre a instalação de um espaço sensorial, instalado na Sala Visconde de São Leopoldo, cuja função é ajudar a diminuir o estresse e ansiedade dos presentes. “São muitas horas de conversas e esse espaço é importante para quem precisa de um momento para se autorregular”, disse.
Garcia ressaltou a boa informação e conscientização sobre o tema. Negri, por sua vez, ressaltou o sentido da inclusão. “Quando penso em inclusão, não consigo dissociar o movimento de incluir pessoas autistas, com Síndrome de Down ou qualquer neuro-divergência do momento de inclusão de pessoas pretas, indígenas, LGBTQUIA+, dentre outras pessoas marginalizadas por não serem homens brancos ou heterossexuais”, afirmou.
Costa assinalou o simbolismo das conquistas cidadãs no país e enfatizou a necessidade de a sociedade aprender a desenvolver políticas de inclusão e respeito. “Quanto mais falarmos de inclusão, das deficiências, da necessidade de abraçarmos a todas e a todos, independentemente de sua situação, mais construímos uma nação justa, fraterna e solidária”, afirmou. Destacou algumas iniciativas da Secretaria. Entre as quais a parceria envolvendo as universidades de São Paulo (USP, Unesp e Unicamp) que, de forma pioneira, com o IPT, e com o auxílio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, unirão esforços no desenvolvimento de políticas públicas ligadas à deficiência, e em termos de desenvolvimento de tecnologia assistiva. “Apesar de o Brasil ter um dos maiores números de pessoas com deficiência do mundo (somente em São Paulo são 3,4 milhões de pessoas com deficiência), ainda temos um parque de tecnologia assistiva muito baixo. A ideia é transformar o Brasil e São Paulo em um grande centro de tecnologia assistiva”, realçou.
Carvalho Ramos acrescentou a necessidade de o tema da neurodiversidade e da inclusão serem corriqueiros na universidade.
Por sua vez, Ana Elisa ressaltou que se o Brasil vive num estado democrático de direito e só pode ser considerado dessa forma a partir do respeito a seus fundamentos. “E alguns dos fundamentos são a dignidade humana e o pluralismo. Portanto, no Estado Democrático de Direito não se trata meramente de tolerar a convivência com o diferente, porque a tolerância leva ao final a intolerância”, disse. “Se trata de incentivar e incluir todas as diferenças porque são fundamentais no sentido do próprio desenvolvimento da sociedade”, adicionou.
Marcos Toffoli, da Associação Nacional de Síndrome de Down, ressaltou que o momento é ímpar no sentido de se promover esse acesso ao ensino superior, à representatividade.
Na mediação dos trabalhos, Thomaz Levi, afirmou: “Aqui a gente tem uma riqueza de assuntos”.
Ao inaugurar o simpósio, Cesar Nunez, professor da Faculdade de Educação. Contou um pouco da história da Educação no País e falou de Paulo Freire. Adiante, afirmou: “Precisamos democratizar o acesso à Educação e gerar qualidade social e humana da permanência. Fazer avançar o direito a estar na universidade de todos os segmentos marginalizados e excluídos”. De acordo com ele, é preciso produzir a pedagogia, o direito, a filosofia, a neurologia, a psicopedagogia do oprimido, para ampliar os direitos e potencializar a universidade e a sociedade. “O autista tem todas as belezas e potencialidades dos seres humanos. Nós somos diversos e plenos”, realçou.
Confira o evento pelo YouTube: https://www.youtube.com/@autistasbrasil
Edição: Kaco Bovi
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