“Vocês não estão se formando em uma Escola qualquer. Estão se formando em uma Escola que tem quase 200 anos. A mais antiga do Brasil”. A fala do professor Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, deu o tom ao encerramento do curso de Graduação dos formandos 2018-2022 da FDUSP, durante a colação de grau oficial, no lotado Salão Nobre da instituição, da Turma 191, a primeira com alunas e alunos advindos pela reserva de cotas, tornando a SanFran cada vez mais plural nas ideias, nos pensamentos e no ensino.
A responsabilidade de cursar a mais tradicional e a mais importantes Academia de Direito do País foi delineada ao longo de seu discurso. Pais, amigos, familiares pararam para ouvir e correram para fazer o registro fotográfico de especial momento.
Logo após fazer a entrega dos certificados e dos históricos escolares, Campilongo foi completando, aos poucos, um pouco da história daqueles que passaram pelos bancos, salas e pelo Pátio das Arcadas da mais tradicional Academia de Direito do País.
A Escola que tem alguns dos nomes mais importantes da cultura brasileira, da literatura brasileira, da política, do Judiciário. Por onde passaram Castro Alves, Fagundes Varela. Entre tantos que deram aulas ou que nela estudaram.
Onde se formaram o Barão de Rio Branco, Rui Barbosa. “Entre os nomes mais recentes, Ulysses Guimaraes”, completou, lembrando que este foi presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1987–1988, que inaugurou a nova ordem democrática, após 21 anos de Ditadura Militar.
“Essa Escola formou 14 presidentes, entre tantos juristas e personalidades”, disse. lembrou de Luís Gama, advogado, abolicionista, doutor emérito da USP; Maria Augusta Saraiva, primeira mulher formada nas Arcadas.
Citou Hilda Hilst, Lygia Fagundes Telles, Ada Pellegrini Grinover, e outras personagens que ajudaram e ajudam a formar a história social, democrática e política brasileira.
“Ninguém, nenhuma outra Escola do Brasil tem um elenco tão estelar e tão ilustrado como aqui”, afirmou, ao acrescentar que a FDUSP tem o hino composto por ninguém menos que Carlos Gomes; e escrito pelo antigo aluno Bittencourt Sampaio, Turma de 1859.
E arriscou entoar um trecho: ‘Mocidade, eia avante, eia avante! Que o Brasil sobre vós ergue a fé; Este imenso colosso gigante Trabalhai por erguê-lo de pé!’.
“É isso que espero da Turma 191. Muito mais colorida, multicultural, muito mais alegre. Que vocês ajudem o Brasil a ser reerguido”, assinalou, para, em seguida fazer referência de ser a primeira turma da SanFran formada com 75 dos 320 alunos ingressantes pelo sistema de cotas.
