Ex-diretor da Faculdade de Direito da USP, Marques Neto trabalhou intensamente para tornar possível a construção do novo Prédio da Biblioteca
Edição: Kaco Bovi
A dedicação e o amor do professor Floriano de Azevedo Marques Neto pela Faculdade de Direito da USP estão contados por meio de todo o trabalho realizado por ele, principalmente durante sua gestão como diretor da instituição (2018-2022). Entusiasta e realizador de diversos projetos para preservação do Prédio Histórico (tombado pelos órgãos de preservação do patrimônio) e para apoio aos estudantes, como os programas Adote uma Sala e Adote um Aluno, tem ainda como legado todo o trabalho feito para tornar possível a construção do novo prédio para Biblioteca, na rua Riachuelo, cujas obras estão sendo em andamento.
Este é um dos principais presentes para a Biblioteca da FDUSP que em 24 de abril de 2025 comemorou 200 anos de instalação. O novo edifício tornou-se viável por meio de doações capitaneadas pelo ex-diretor e parte da verba concedida pela Universidade de São Paulo.
Em entrevista ao Portal da FDUSP, Floriano conta algumas ações para tornar esse sonho realidade. E, lógico, fala da importância da, agora, bicentenária Biblioteca para a formação profissional e para a sociedade como um todo. Entre um dos temas, relata as dificuldades e barreiras impostas no período da pandemia que acabou protelando a inauguração do prédio.
Falou ainda que, ao suceder o diretor José Rogério Cruz e Tucci, assumiu o compromisso de equacionar os problemas da biblioteca. Abordou os passos para a recuperação do local na Riachuelo onde está sendo construído o edifício, bem como o primeiro contato com o professor e arquiteto Paulo Bruna, responsável pela obra. “Ele ajudou a achar uma solução para aproveitar o espaço e construir esse prédio novo. Nada cobrou por isso”.”
Relatou a conversa com a bibliotecária-chefe, Maria Lúcia Beffa, quando pediu para que ela descrevesse o que precisava. “Deu-se o que os jovens chamam de ‘met’: os olhos de Paulo Bruna brilharam, os da Beffa brilharam e os meus marejaram”, confessou, ao abordar as etapas iniciais.
Contou que o projeto arquitetônico concretizou tudo que se pensava: “Um prédio funcional, moderno, que dialoga com a tradição. Todo de vidro – que aponta para fora, ao mesmo tempo que reflete o prédio histórico. É um prédio todo vasado que projeta para frente a geração dos jovens, mas o reflexo espelhado é a tradição”.
Falou ainda das etapas para conseguir a verba por meio de doações, como as conversas se deram, envolvendo o Ministério Público e advogados das empresas doadoras.
Sobre a digitalização relatou que a pandemia acabou freando o projeto. E ratificou ser imprescindível digitalizar o acervo. “Se você digitaliza livros raros, como temos aqui, a pessoa entra de qualquer lugar do mundo e acessa. Este projeto é prioritário”, disse.
De acordo com ele, a biblioteca não é um lugar que se organiza somente por ter livros, mas um lugar de encontro. “Eu encontro o conhecimento que está nos livros, mas eu encontro aquele que vai dialogar comigo. A alma da faculdade não são os professores, são os alunos. Vivemos num mundo digital, é verdade. Mas ande pela faculdade, principalmente entre turno, você vai encontrar os alunos reunidos, em grupos, dialogando”.”
Nesse sentido destacou que o prédio foi pensado de uma forma para convivência, incentivando que os professores levem os alunos para reuniões no local. E avaliou que o projeto ganha mais significado porque se trata de uma revitalização do Centro.
Floriano observou como a Faculdade de Direito é respeitada. “Quando você mostrava o projeto, encantava. Ser diretor da Faculdade de Direito abre portas. Tem uma importância que a gente não consegue estimar; e a Biblioteca tem um apelo nacional”, afirmou.
Por fim reforçou que o livro é o impulsionador do conhecimento e do ser humano. “A partir do momento que você apostila o conhecimento, você permite que várias gerações tenham acesso a esse conteúdo”.
Assista, discuta, compartilhe: https://youtu.be/UF8suBU1aAI
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