O ensino jurídico no bicentenário da Independência será eixo de diversos eventos na Faculdade de Direito da USP neste ano que marca os 200 anos em que o Brasil se consolidou como uma nação independente, proclamada em 07 de setembro de 1822, por D. Pedro 1º.
Dentre as quais está a série de podcasts produzido pela Comissão de Graduação da FDUSP, presidida pela professora Maria Paula Dallari Bucci. São quatro episódios, com entrevistas de professores e professoras, sobre as perspectivas de transformação do ensino jurídico no Largo de São Francisco e no País, conduzidas pelas docentes Maria Paula e Sheila Neder Cerezetti.
O diretor Floriano de Azevedo Marques Neto é o primeiro docente entrevistado. Conforme assinala, a SanFran cumpre o papel que transcende a mera capacidade de ser um bom curso jurídico. Ou seja, qualquer manifestação que ocorra na faculdade ganha importância significativa. “Todos que fazem parte da Faculdade sabem do peso que ela tem”, diz. “Quando desenhamos o que seria a proposta de gestão sabíamos da importância da Faculdade nesse contexto do Brasil com três vertentes”, acrescenta.
Marques Neto relata que um primeiro vetor foi impulsionar discussões de reformas importantes, com temas desenvolvidos na Faculdade que englobam desde a pobreza, à questão carcerário, bem como acerca da reestruturação do Estado e mudanças legislativas.
O segundo foi implementar a reforma da grade curricular para ter o papel de protagonismo nas transformações inevitáveis. E o terceiro foi requalificar fisicamente a Faculdade, “em função do fato que temos um Curso de Direito dentro do Prédio Histórico, com duplo tombamento, e queríamos também poder preparar a São Francisco para seu bicentenário, para todos os desafios que estão por vir”, ressalta.
Tendo o compromisso de ajudar no regime democrático e estrutural do País, Marques Neto destaca que a realidade política devolveu à FDUSP a missão que está na sua história de se colocar no debate democrático, tentando fazer um contraponto a retrocessos que não imaginava-se que iriam surgir. “Eles surgiram e tivemos de acrescentar uma quarta missão, contra esse retrocesso do debate público, que, nos últimos anos, nos prendeu a debater se tribunais podem ser fechados, se a justiça eleitoral é confiável, se a democracia é um consenso entre nós”, diz.
No bate-papo com as docentes Maria Paula e Sheila Neder, o diretor tratou da grade curricular, do projeto político-pedagógico. Entrou na discussão o projeto coletivo com a participação efetiva de todos os professores.
Por fim, nas linhas de ação, depois da reforma curricular feita na Faculdade em 2018, que deu mais espaço para as disciplinas optativas, a dinâmica deve continuar, reunindo-se os professores para trabalhar com os alunos problemas jurídicos relevantes para o Brasil.