Em uma iniciativa inédita de colaboração, visando ampliar as ações de internacionalização, a Faculdade de Direito da USP criou um programa de Doutorado Interinstitucional (Dinter), específico para o doutoramento de docentes das universidades públicas moçambicanas.
Presidente da Comissão de Pós-Graduação da FDUSP, o professor Gustavo Monaco assinala que as universidades públicas moçambicanas possuem um corpo docente qualificado, mas muitos de seus professores ainda não conseguiram obter seus títulos de doutor. “A necessidade de dedicação aos alunos da graduação e a ausência de cursos de doutoramento naquele país fizeram com que, por longas décadas, os professores mestres tivessem que adiar sua formação”, explica.
Oferecido em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o Programa Interinstitucional em Direito terá como alunos 18 professores que já atuam como docentes das universidades públicas de Moçambique e possuem apenas o título de mestrado. Eles terão aulas em Maputo, capital de Moçambique, com seis docentes da FDUSP que irão ao país africano para ministrarem as disciplinas do curso presencialmente.
Conforme acrescenta Monaco, os doutorandos também virão ao Brasil em pelo menos duas ocasiões: para realizar parte de suas pesquisas na bicentenária Biblioteca da FDUSP e para se submeterem ao Exame de Qualificação e à Banca de Defesa.
O Programa Interinstitucional em Direito terá coordenação dos professores da FDUSP, Gustavo Monaco e Juliana Krueger Pela, e dos professores da Faculdade de Direito da UEM, Almeida Machava e Carlos Manuel Serra.
Fundada em 1962, a Universidade Eduardo Mondlane é a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, sendo uma referência na formação intelectual e científica moçambicana. A UEM é composta por 17 Faculdades e 18 Centros de Investigação. Ao todo, abriga mais de 48 mil estudantes de graduação e pós-graduação. Esse é o primeiro Dinter em Direito do país africano.
Colaboração internacional
Os chamados Programas de Doutorado Interinstitucional (Dinter) são criados para promover a qualificação dos recursos humanos, viabilizar a formação de doutores, subsidiar a criação de novos programas de pós-graduação stricto sensu e promover a cooperação entre instituições de ensino e pesquisa, especialmente as localizadas em regiões distantes dos grandes centros.
Texto: Erika Yamamoto, Jornal da USP