Edição: Kaco Bovi
Sentimentos de amor, carinho, comprometimento, união e saudades. Antigos Alunos da turma formada em 1964 na Faculdade de Direito do Largo de São Franscisco passaram um dia inteiro juntos (08/11). A reunião de todos (juntos) não acontece sempre. Por isso, é sempre preciso celebrar cada momento, cada sentimento expresso em palavras, conversas, trocas de ideias.
Após a tradicional cerimônia na Igreja de São Francisco, no Largo, os presentes se puseram sentados nas cadeiras do Auditório Goffredo da Silva Telles Jr. (professor e amigo de muitos que ali estavam). Na mesa formada pelo atual diretor da Escola, Celso Campilongo, por Flávio Bierrenbach, Celso Lafer, Tercio Sampaio Ferraz Jr., Adelina Bitelli, e Synesio Sampaio Goes Filho, cada qual dispôs seu discurso de carinho, com pitadas de humor, lembranças e do caminhar no dia a dia. Ouviram, antes, o hino nacional executado pelo Quarteto da Orquestra Sinfônica da USP.
Um momento marcado por confraternização, sem importar quem ou quais carreiras seguiram. Juristas, advogados, ministros, professores, todos, ali, alunas e alunos, juntos com seus familiares, esposas, maridos, se puseram a ouvir atentamente aos que foram escolhidos para falar.
Adelina Bitelli ressaltou a importância da união e relatou o amor e a felicidade do momento. Aproveitou para relembrar alguns momentos vividos durante as aulas no Largo de São Francisco. “Eu amo todos vocês até o fim da minha vida”, finalizou.
Flavio Bierrenbach relatou aos amigos a escolha de dois colegas de mais dois colegas que se juntariam a Adelina para representar a todos. Os indicados foram Tércio Sampaio Jr. e Celso Lafer, ambos professores eméritos da FDUSP.
Tércio enfatizou o significado das turmas do Largo de São Francisco, a identificação de ter estudado nessa faculdade, independente do caminho que tenham seguido. “O que é que nos permite ou nos faz dizer turma? Certamente, quando a gente olha a academia dentro, não há como deixar de pensar nesse prédio aqui alojado no antigo mosteiro, desde 1647. Isso faz diferença”, disse.
“É aqui que a gente aprende a conhecer o Direito, mas aprende também outra coisa que é muito importante. Aprender Direito para nós era sobretudo esse sentir (estar no Largo de São Francisco), que começava dentro da sala de aula, onde a gente estava junto. Mas quando a gente saía, havia uma coisa muito importante, chamada o Pátio das Arcadas”, acrescentou, ressaltando o Pátio onde os grandes debates aconteciam e continuam a acontecer. “Aqui que conhecemos nossos amigos. Por isso nós somos turma, todos estamos aqui”, finalizou, referindo-se, especialmente, àqueles que não estão mais presentes.
Celso Lafer também assinalou a representatividade do Pátio, com o lócus da convivência, uma aura que é a sensibilidade de gerações de alunos. “O tempo tem muitas dimensões. Uma delas é o tempo do relógio. Nós vivemos o tempo do relógio de 60 a 64, no correr do nosso curso, das aulas dos nossos professores. Aprendemos, como disse o Tercio, a sentir o Direito como um componente da formação da nossa personalidade. É rica a pluralidade e a diversidade da nossa turma”, disse. observou ainda a identidade própria de cada turma que passa pelo Largo de São Francisco, a pluralidade e a diversidade de todos. “Mas nesta pluralidade e diversidade flui não uma uniformização, uma sensibilidade compartilhada que caracteriza uma geração”, acrescentou, para, em seguida citar João Guimarães Rosa, ‘demasias de dizer sobram com as lembranças da mocidade’. “Devemos ao Flávio (Bierrenbach), a chama desse convívio”, finalizou.
Ao finalizar, Synesio Filho acentuou os momentos de convivência. “Acho que nenhuma turma se reuniu tanto quanto a nossa, mantendo esse chama da união. Muito bom que estejamos tantos aqui”.”
A transmissão pode ser conferida no Instagram @faculdade_de_direito_da_usp
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