Ministro da Fazenda foi recebido pelo diretor da FDUSP, Celso Campilongo, professores e autoridades
Edição: Kaco Bovi
Uma aula sobre cidadania, direitos, economia. Assim pode ser analisada a palestra do professor Fernando Haddad, formado nas Arcadas, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto (gestão 1985), mesma época em que traçou os primeiros paralelos com então aluno da Faculdade de Direito da USP Eugênio Bucci, que o sucedeu. Ambos traçaram fronteiras no Pátio e seguiram suas carreiras. Na mesa composta pelo diretor da FDUSP, Celso Campilongo, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., a presidente do CAXI, Julia Wong, e os professores Maria Paula Dallari Bucci e Pierpaolo Cruz Bottini, o ministro se pôs a conversar com todos, com um carinho especial aos estudantes.
Contou de sua trajetória, onde pontuou a pós-graduação em Economia e a vida Acadêmica na Universidade de São Paulo. “Um templo neste País do conhecimento. Quando piso em uma universidade, mas especialmente na nossa, me sinto entrando em um templo. Colocar o conhecimento ao proveito de uma boa causa, muda tudo. Com quem você vai colaborar ao longo da vida cidadã”.
De acordo com ele, se envolver com a política é participar da vida pública e todos devem estar engajados nessa questão. “A USP, como um todo, fascina. Como ministro da Educação, eu me inspirei muito na Universidade de São Paulo, para a gente deflagrar o processo de expansão de Universidades públicas federais por todo o País, reservando vagas para estudantes da escola pública. Isso era um grave defeito da universidade pública no Brasil. o País não estava representado na universidade pública”.”
Para ele, todo o dinheiro do financiamento ia para as camadas mais abastadas e o filho do trabalhador, sobretudo o negro, estava desprovido de oportunidades para atingir os escalões mais elevados do conhecimento para que o País pudesse desenvolver.
Haddad asseverou ainda que ninguém imagina que, após tão pouco tempo de redemocratização, o Brasil fosse enfrentar a ascensão da extrema direita. “Nós vamos resolver o problema da desigualdade no Brasil. Vamos resolver o problema da inclusão”, lembrou quando foi chamado para ser ministro da Fazenda. “O que estamos assistindo hoje é um embate muito complexo”.” E acrescentou: ‘Hoje o desafio da política não é apenas saber o que está acontecendo aqui. Você tem de estar antenado do que está acontecendo no mundo’.”
O ministro falou ainda das questões que têm enfrentado no governo. Como exemplo, o Ajuste Fiscal. “Vamos fazer o ajuste correto. Cobrar de quem não contribui hoje, para a gente ter um país melhor. E dá para ter. Esse país ousou te um Sistema Único de Saúde, uma universidade pública gratuita. Ousou muita coisa e conseguiu construir. Qual é o mistério de insistir nesse caminho de desenvolvimento?”, questionou. “Agora é hora de vestir o uniforme do bom debate público, da disputa por ideias. e com nossas armas que é o conhecimento, fazer a boa luta para melhorar o Brasil, uma referência em muitos aspectos. Não podemos abdicar dessas bandeiras que a São Francisco a ver com elas. Essa Escola, nas horas mais sombrias saiu para as ruas, se expôs e venceu. E vai vencer mais uma vez”, assinalou.
Ao abrir os trabalhos, Campilongo ressaltou a relevância de receber Fernando Haddad para a palestra. “É motivo de grande satisfação receber, nessa manhã, o ministro, antigo aluno dessa Faculdade e ex-presidente do XI de Agosto. Uma história muito vinculada à Faculdade”.”
Pierpaolo enfatizou de receber Haddad, um amigo que consegue reunir duas qualidades: a seriedade do intelectual e a capacidade articulação política de um homem público. “Características raras, mais do nunca necessárias no mundo de hoje”, disse. “Ele que instituiu o Sisu, reformou o Fies e uma série de iniciativas. Agora, no Ministério da Fazenda conseguiu implementar a Reforma Tributária”, adicionou.
Maria Paula ressaltou que muitas coisas aprendidas pelo ministro foram na Faculdade de Direito da USP. Ela falou sobre a valorização da instituição e o enfrentamento das desigualdades. “Tudo dento de uma institucionalidade impecável”, afirmou.
Por sua fala, Caarlotti Jr. assinalou que algumas das políticas implementadas por Haddad no MEC estão sendo seguidas na USP. “Haddad tem defendido as boas causas e políticas que fazem a diferença para o povo de São Paulo e do Brasil”, assinalou.
Entre os presentes, antigos alunos, professores, autoridades e ex-presidentes do CA XI de Agosto, como Eugênio Bucci, Gustavo Ungaro, Mariana Belucci, e do CA 22 de Agosto, Marco Aurélio Ribeiro. Também, os ministros Floriano de Azevedo Marques Neto e André Ramos Tavares, Celso Lafer, professores na FDUSP. Entre a palestra e a recepção posterior, os docentes Otavio Pinto, Marcos Perez, Paulo Pereira (associação dos Antigos Alunos), Gustavo Monaco, Alessandro Octaviano, Fernando Menezes de Almeida, e demais.
Assista. Reverbere:
https://www.youtube.com/watch?v=6L5EGCl3z8k&t=6191s
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