O legado deixado pelas antigas alunas e antigos alunos que passam pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo tem se materializado no decorrer dos anos por meio de diversas ações empreendidas para preservar o patrimônio histórico da instituição. Uma dessas iniciativas, o projeto Adote uma Sala, é forma de unir todos e, ao mesmo tempo, oportunidade de agradecimento ao ensino recebido. Ou seja, devolver à São Francisco um pouco do que tiveram em sua formação para o futuro profissional.
O programa, iniciado na gestão de José Rogério Cruz e Tucci ganhou força com Floriano de Azevedo Marques Neto e foi intensificado com Celso Fernandes Campilongo. E mais um fruto está pronto: a Sala Cesarino Júnior.
Adotado pela Turma de 1993, que tem à frente da Comissão o professor Francisco Satiro (DCO-FDUSP), o espaço está totalmente restaurado, desde as cadeiras à mesa e piso. Também ganhou instalações adequadas aos novos tempos, com projetor, tomadas, condicionador de ar e placas de iluminação que permitem maior conforto aos estudantes e mais luminosidade ao ambiente.
Entre os 164 doadores estão os professores da FDUSP Gustavo Badaró (DPC), Fernando Menezes de Almeida (DES), Homero Batista (DTB) e Eduardo Secchi Munhoz (DCO).
Para Satiro, comemorar os 30 anos de formado adotando a Sala Cesarino Júnior, para reformá-la completamente foi uma decisão de aproximação e união e que hoje dá um senso de orgulho e de realização impossível descrever. “Quase 170 colegas se engajaram, em contribuições controladas, mas não identificadas. Cada um dentro de suas possibilidades e o resultado não poderia ser melhor. Estamos mais próximos do que nunca, e felizes por poder retribuir à Faculdade uma ínfima parte do que ela nos ofereceu”, disse.
Na mesma linha, Secchi Munhoz ressalta que a São Francisco, uma faculdade pública, tem sido fundamental para a formação e a vida de tantas pessoas, como no seu caso. “Esse projeto nasce da consciência coletiva de que é importante contribuir para que a Velha Academia continue a ser sempre Nova e possa seguir cumprindo a sua linda missão”, ressalta.
Homero Batista avalia que as políticas de revitalização dos espaços “de nossa querida faculdade encontram o ápice com a restauração completa, pelos corações e mentes da incrível Turma de 1993, da Sala Cesarino Junior”. “Trata-se de uma das maiores da constelação, provida de um pitoresco espaço ao ar livre e, ainda, tendo como patrono o pioneiro das letras jurídicas trabalhistas”, afirmou, lembrando que a Sala dá acesso a um jardim externo, ao pontão do relógio e ao sino, símbolos da história da construção da São Francisco.
Fernando Menezes ressalta que a iniciativa da turma de 1993 “de adotar a sala prof. Cesarino Jr., além de significar um gesto de atenção para com nossa querida Faculdade, a quem tanto devemos e por quem temos tanto carinho, também criou uma importante oportunidade de confraternização entre nós, colegas”, diz. “E a inauguração simbolicamente ocorrerá no momento em que festejamos 30 anos de formatura", acrescenta.
Para a advogada Olivia Raposo da Silva Telles, estudar numa universidade pública, num país como o Brasil, é um privilégio e uma ampla responsabilidade. “A Turma de 1993 deu uma demonstração de união e de amor à Faculdade, com a maior mobilização da história do projeto de adoção de salas. Dessa forma ela honra a melhor tradição das Arcadas"., assinala.
Cláudia Isola, procuradora municipal em Santo André, acentua que o projeto “Adote uma Sala” comprovou que, “quando se sonha junto, é o começo da realidade, e que cabe a nós escrever a história que queremos que seja lida futuramente e sempre. É uma honra”.
O advogado Sérgio Alvarenga enfatiza que a faculdade é parte fundamental de suas vidas. “Não apenas pelo aspecto profissional. Mas, essencialmente, pela formação de nosso caráter. Além, claro, da construção de um queridíssimo rol de amizades, que ficará para toda a vida. É muito prazeroso imaginar que ajudaremos outras pessoas a vivenciarem a mesma formação”, diz.
Por sua fala, Fernanda Fernandez acrescenta que é uma oportunidade ímpar de materializar o vínculo fraterno que “nos move, nascido em uma juventude que floresceu nas Arcadas". Observa ainda que novas gerações passarão pela FDUSP e que nelas, este ciclo se perpetuará.
A sensação de poder retribuir o benefício obtido na mais antiga Faculdade de Direito do Brasil também é compartilhada por Yun Ki Lee. Nascido na Coreia do Sul, ele chegou ao Brasil quando criança, onde teve a oportunidade de estudar. Apaixonado pelo Direito, Lee conta que para a colônia sul-coreana, a SanFran é uma referência. “Os aspectos pessoais e de formação que Faculdade de Direito da USP nos traz são impagáveis. E nada mais satisfatório do que poder ter essa capacidade e oportunidade de agradecer”, assevera.
