Solenidade foi antecedida por assinatura de parceria entre USP e Universidade de Tsukuba
Edição: Kaco Bovi
Um sentimento de reconhecimento, carinho e o incentivo às novas parcerias entre Japão, Brasil, os países da América Latina e Caribe, permeou palestra do Primeiro Ministro do Japão, Kishida Fumio, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP. Acompanhado do Reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., do diretor da FDUSP Celso Fernandes Campilongo, e do professor Masato Ninomiya, Kishida falou especialmente do fortalecimento das nações para um mundo mais diverso e que respeite os direitos humanos. Outro ponto em destaque foi a preocupação com as questões climáticas, onde observou a importância da Floresta Amazônica para o mundo. Colocou em debate algumas aflições enfrentadas na atualidade e reiterou que paz e união são os melhores caminhos não apenas para a comunidade nipônica, mas para todo o mundo.
Ao abrir as falas, Masato Ninomiya destacou o significado que a visita da maior autoridade japonesa representa para os laços brasileiros.
Para Carlotti, “Uma autoridade, quando visita um outro país demonstra o significado que tem aquele país para ele. E visitar uma universidade representa a importância que se dá para a educação, em especial à educação da principal universidade da América Latina”. O Reitor ressaltou ainda a parceria com a Universidade japonesa de Tsukuba, firmada minutos antes de a palestra.
Por sua vez, Campilongo acentuou o fato de o Primeiro Ministro ter falado sobre Direitos Humanos, dignidade da pessoa humana, meio ambiente, Estado de Direito. "São temas caríssimos às faculdades de Direito do Brasil e do mundo”. Na sequência, o diretor acrescentou que a Faculdade está a poucos metros daquele que, talvez, seja o bairro com a maior comunidade japonesa do mundo fora do Japão. “Tenho certeza, para a enorme comunidade japonesa, para a Faculdade de Direito e para a Universidade de São Paulo, que suas palavras, primeiro ministro, caíram muito bem. Espero que a próxima visita a São Paulo não demore tantos anos. As portas da Faculdade estarão sempre abertas para um país amigo como o Japão”."
Ainda em seu pronunciamento, Kishida lembrou que, há 150 anos, quando o Japão estava começando a se conectar com a modernização, foram os países da América Latina e do Caribe que “estenderam as mãos e nos mostraram o caminho”. E que, no início do século XX, São Paulo era o caminho dos japoneses.
Outra questão posta pelo Primeiro Ministro, lembrou da segunda Guerra Mundial, quando o Japão recebeu o apoio dos países da América Latina e Caribe.
Por fim, destacou: “Nosso relacionamento é de respeito e parceria”. Também falou do fato de o Brasil ocupar a presidência do G20 e que o Peru sediará, em novembro, a cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico. Dentro desse contexto realçou que as comunidades mundiais devem dar as mãos para construir um mundo de cooperação. “A comunidade, como um todo, precisa trabalhar para criar esse mundo de paz e de estabilidade social e econômica, de transformação para a democracia e o Estado de Direito, que estão enraizados em nossas vidas”.”
E observou o princípio da paz, acentuando que o Japão foi o único país a ter sofrido com a bomba nuclear. “Precisamos de um mundo sem armas. E temos de trabalhar juntos para alcançar esse objetivo, com união.”
Parceria
Antes da cerimônia, os Reitores da USP e da Universidade de Tsukuba, respectivamente, Carlos Gilberto Carlotti Jr. e Kyosuke Nagata, assinaram uma carta de intenções para organizar conjuntamente a Cúpula de Reitores de Universidades Japão-Brasil em 2025 com o objetivo de aprofundar o intercâmbio entre os dois países por meio da indústria-governo-academia, com colaborações; bem como promover uma cooperação mais estreita na abordagem de questões de escala global, como proteção ambiental e mudanças climáticas.
Entre os professores que acompanharam a solenidade estavam André de Carvalho Ramos e José Augusto Fontoura Costa, ambos do Departamento de Direito Internacional.
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