A Sala dos Estudantes se rendeu à Semana de Arte Moderna de 1922. Em seu centenário, a Faculdade de Direito da USP organiza, até sexta-feira, uma série de eventos, entre palestras, récita e exposição, para acentuar o significado de uma das mais importantes datas de mudança no pensamento jurídico, político e cultural do país. Nessa direção, os trabalhos foram inaugurados pelo diretor da SanFran, professor Celso Fernandes Campilongo, seguido de palestra do professor Samuel Rodrigues Barbosa (DCV-FDUSP).
Coube ao diretor assinalar a importância da SanFran para a Semana. “Vários bacharéis tiveram relevância no processo de adaptação moderna”, disse. O docente acrescentou pontos que ocorreram, para além do momento de 1922. “Foram estímulos à produção Literária dos modernistas”, realçou, ao acrescentar o trabalho desempenhado na industrialização de São Paulo.
Na palestra inaugural, Barbosa expôs o papel dos franciscanos na construção da história nacional, a partir da Semana de 22, e relatou um pouco do que será a exposição a ser inaugurada no dia 24. “Existe uma Semana na Faculdade do Largo de São Francisco. Ou seja, a Faculdade da Semana”, disse.
Antes de entrar propriamente em 22, fez uma ampla relação desde os finais dos anos 1910, quando antigos alunos já promoviam eventos no Theatro Municipal de São Paulo. Nessa linha, citou personagens, antigos alunos da São Francisco, como Oswald de Andrade, então orador do Centro Acadêmico XI de Agosto, que promoveu o ato “O povo e a mocidade acadêmica de São Paulo”, em 1919. Acrescentou a contribuição para o avanço do modernismo, por exemplo, de René Thiollier, da Turma de 1906, que viabilizou apresentação de dança de Isadora Duncan, no Municipal.
Na sequência, Paulo Prado (Turma de 1889) também teve sua história marcada na construção da Semana. O mesmo para Freitas Vale, que ao lado de Thiollier, promoveu a exposição de esculturas de Rodin. “A Faculdade de Direito, desde o século XIX, é um espaço de atuações específicas de produção cultural. Ou seja, estava na ordem do dia do espaço dessa Faculdade”.
Barbosa acenou ainda para a Revista Klaxon, uma das mais significativas publicações à época, produzida em escritório de advocacia, ao lado da Faculdade, que entre os colaboradores estavam Sergio Buarque de Holanda, Couto de Barros e Alcântara Machado. Na lista, outras publicações que fazem parte da história, como “O Homem do Povo”.
Dessa forma, o docente foi destrinchando um pouco da Semana de 22 na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. A transmissão pode ser conferida no Instagran (faculdade_de_direito_da_usp).
Confira programação completa, participe