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ChatGPT amplia vivência da inteligência artificial na humanidade

Edição: Kaco Bovi

 

As ferramentas de inteligência artificial têm influenciado cada vez mais na vida humana, afetando (inclusive) relações de trabalho e de estudos. Um dos mais recentes recursos, o ChatGPT, vêm ganhando destaque, especialmente por conta da interferência em áreas como docência, advocacia, publicidade, jornalismo.

De acordo com especialistas, esse instrumental chegou para revolucionar a maneira com que a internet é usada, tendo como destaque interagir com usuário, com respostas para as mais diversas perguntas, ainda que não dirima a dúvida mencionada. Porém, exige o cuidado e a atenção humana.

Na tradução para o português, ChatGPT (desenvolvido pela OpenAI) quer dizer Processamento de Linguagem Natural e a IA busca oferecer interação mais próxima do real que ela teria com outra pessoa, no sentido de fornecer informações importantes.

Sobre questões jurídicas, por exemplo, pode ajudar a economizar tempo nas atividades jurídicas mais simples, mas não dispensa a avaliação de um profissional, conforme explica o professor Juliano Maranhão, Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP. "Uma questão jurídica de Direito do Trabalho: É possível demitir por justa causa um funcionário que não atingiu as metas? Ele vai elaborar um texto e aquilo pode servir como um relatório preliminar de pesquisa que o advogado júnior ou pleno revisa, elabora e entrega", acentua, em entrevista à Rádio CBN.

Ampliando o tema, no sábado (11/02), palestra da disciplina “Tendências e Mercado em Inteligência Artificial e Big Data”, dentro do MBA em Inteligência Artificial e Big Data do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP (em São Carlos), o ICMC, reuniu os docentes Fernando Osório, Seiji Isotnai e Thiago Pardo. Em Live mediada pela professora Solange Rezende, pelo canal do YouTube. Na ocasião, procuraram avaliar essa “revolução tecnológica”.

Osorio destacou que o Chat GPT produz perfeitamente os textos mais diversos e até escreve livros, com um português escorreito. Está produzindo em torno de três, quatro reportagens por dia, cria receitas, contratos, currículos etc.. Para além, tem aspectos fantásticos, tecnicamente. Do ponto de vista linguístico, é inacreditavelmente bom, mas possui alguns problemas sérios que têm de ser discutidos; por exemplo, questões de plágio, de ética, conteúdo e muito mais.

Como exemplo, assinala que sistema fala e escreve bem aquilo que leu na Internet, das habilidades para produzir um currículo toma como base outros, pegando somente as qualidades. Isso, conforme ressalta, deixa claro que pode produzir danos. Além disso, seu conhecimento está desatualizado, parou em 2021. “Ele é desatualizado, pode causar danos e fornecer informações incorretas”, diz. Mas todo mundo pode dizer o Google também faz isso. Mas o google informa qual a fonte e eu posso avaliar. O ChatGPT, não”, acrescenta.

Por sua fala, Pardo explicou um pouco do funcionamento da tecnologia, que reúne somas enormes de dinheiro em torno dela. “Quanto às origens da revolução, não tenho dúvida de que é inovador. Pode, de fato, mudar nossa rotina de trabalho”, afirma. De acordo com ele, tem potencial revolucionário no sentido de apoio inicial, para começar produzir documentos, coisas do dia a dia, e para explorar assuntos. “Você pergunta a opinião do chat e depois revisa, aprofunda”, ensina.

Isotnai levou algumas ideias ao debate. Em sua visão, é preciso trabalhar o chat de maneira consciente. E levantou questionamentos: “Por que todo mundo está utilizando? Por que é tão atrativo assim? O que faz com que as pessoas venham utilizar?”.

O especialista acrescenta que os humanos precisam de ajuda para viver na sociedade. Afinal, como conseguir processar toda essa informação, se você não passar horas dentro de um ambiente online, tentando processar informações que aparecem a todo momento?

Entre os pontos positivos citou a questão de resolver problemas para crianças que precisam de ajuda e, às vezes, elas não têm. “A gente não tem capacidade humana para ajudar todos os alunos no tempo, com a vontade e o conhecimento necessários. Aí, a ferramenta pode auxiliar como remediador no processo. Ajudar um aluno, imediatamente quando a diversidade aparece”.

Na questão da docência, Juliano Maranhão (DFD-FDUSP) O professor Juliano Maranhão, da Faculdade de Direito da USP, entende que os professores devem estar preparados para o uso da ferramenta, assim como aconteceu com o surgimento do Google. "No começo, era um vilão. Os professores preocupados porque isso ia gerar cópia. Depois, isso passou a ser incorporado na didática de tal forma que o próprio professor pedia uma pesquisa no Google, que o aluno apresentasse para que depois fizesse uma síntese ou um outro trabalho a partir daquilo", lembra.

 

Confira entrevista completa de Maranhão para a CBN: http://glo.bo/3YKQy5h

 

Assista à aula dos professores do ICMC: https://bit.ly/3HPQv1a

 

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