“A história desse livro e de sua autora são um tributo ao brilho das gentes que, coletivamente, em suas ancestralidades e vivências e por meio de suas lutas, brilham reluzentes em espaços e contextos jamais arquitetados para tanto, ofuscando a sombra da morte em suas diversas formas sempre à espreita nesse país.”
Essa homenagem marcou o lançamento do livro “Mulheres e Previdência Social: equivalência e crítica da forma jurídica”, de Deise Lilian Lima Martins, em 21 de junho, no Auditório Ruy Barbosa Nogueira da Faculdade de Direito da USP.
“O trabalho de Deise resulta neste texto, que sinto orgulho de ter escrito”, ressaltou a professora Julia Lenzi Silva, autora da apresentação, durante o lançamento.
A publicação destaca, em pesquisa, a compreensão de como a forma jurídica previdenciária opera em relação à exploração da força de trabalho da mulher. A autora, integrante do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Centralidade do Trabalho e Marxismo, construiu sua obra a partir desse conceito. “Foi possível concluir que essa posição das mulheres não era na verdade respeitado”.”
Na mesa composta por Julia Lenzi e pelos professores Marcus Orione e Flávio Roberto Batista, ressaltou a importância dos docentes na sua caminhada. “Na entrevista para entrar na pós-graduação, me perguntou: você vai pesquisar a questão Marxista, de classe, como você vai incluir gênero nisso. Ele foi a pessoa que me incentivou a seguir. E seguir no Direito Previdenciário, que é outra batalha”, disse, referindo-se a Batista. “Guardo um carinho muito grande por ter acreditado no meu potencial”, acrescentou, para Orione, seu orientador na Pós-Graduação.
Dedicou a obra a duas mulheres, que tem como referência de lutas pelos direitos da mulher. São elas Eliete Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Piracicaba; e Cleone Santos (em memória), que era militante do Grupo Mulheres da Luz.;
Sobre a angústia do motivo em pesquisar o tema disse ter muito a ver com materialidade e a condição de gênero. “Isso acabou me impulsionando”, disse. “Minha motivação maior foi compreender o que fundamenta a diferença entre homens e mulheres na legislação previdenciária. Vocês conhecem diferenças para a aposentadoria, por exemplo”, acrescentou.
Por fim, entre algumas peculiaridades falou sobre o processo de escolha da capa. “Eu trouxe uma olha de Candido Portinari que chama ‘Mulher chorando’, uma obra de 1947. Acredito que ela representa muito o que esse texto traz”.”
“Fico muito feliz por estar aqui. Avaliei esse trabalho e em geral as pessoas não gostam de quem avalia o trabalho”, afirmou Batista.
Confira transmissão completa, no Canal do YouTube da FDUSP. Compartilhe: https://youtu.be/m4FpIO1JAqk
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