Bolsas de estudos, preparação profissional e mentoria para reinserir quem saiu da prisão e está em busca de uma nova chance, tanto para retornar ao mercado de trabalho quanto aos estudos, estão no escopo do “Projeto Nova Rota”. Coordenado no âmbito da Faculdade de Direito da USP pelo professor Sérgio Salomão Shecaira, Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia, é uma associação sem fins lucrativos que atua nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Tem entre os parceiros os grupos Enactus USP e Núcleo de Pesquisa e Extensão Sobre a Pena e a Execução Penal, coordenado pela professora Ana Elisa Bechara.
Shecaira assinala que o Nova Rota é um projeto criado fora da FDUSP, mas que está credenciado na Faculdade como programa de extensão aos alunos. “É bastante audacioso porque busca captar dinheiro junto à sociedade civil para facilitar a profissionalização e a escolarização desses egressos que, muitas vezes, não têm condições de cursar uma faculdade ou um curso e, ao mesmo tempo, trabalhar”, diz.
Ele acrescenta o fato de proporcionar a essas pessoas, que são selecionadas por um prévio edital, a reinserção social. “Muitas dessas pessoas são ligadas às minorias que hoje podem (e devem) ser ajudadas para voltarem ao sistema produtivo”, acrescenta Shecaira, observando a importância de ampliar o projeto. Para saber como funciona, basta acessar ao site.
Dura realidade
Em matéria (09/11), o Jornal “O Estado de S.Paulo” aponta para os dados do Conselho Nacional de Justiça com relatório sobre a população prisional do Brasil, que supera 900 mil detentos. Dentre os quais estão jovens periféricos com poucas oportunidades educacionais.
De acordo com os idealizadores do programa, entre os objetivos está tirar os egressos do sistema carcerário dos “círculos de vulnerabilidade” e evitar a reincidência.
Uma das coordenadoras do projeto Katherine Almeida Martins, antiga aluna da FDUSP, que apresentou o projeto na Congregação, relata que os selecionados recebem auxílios conforme suas condições e objetivos e são acompanhados pelos voluntários. “Na inocência de só dar a bolsa, a gente se deparou com a realidade das pessoas que têm moradia e família para cuidar. Às vezes, não há disponibilidade para um curso integral”, afirmou ao “Estadão”.
Informações
Para se tornar bolsista do Nova Rota, o candidato deve preencher um formulário prévio com informações básicas, como tempo de egresso, moradia, renda, idade, gênero etc.. Depois, é pedida uma carta de motivação e, na terceira etapa, são feitas entrevistas de seleção. “O que acaba às vezes pesando quando há empate é a situação de vulnerabilidade, quem realmente não teria capacidade de estudar sem a bolsa”, acrescenta Katherine.
Faça parte dessa ideia. Confira, contribua: https://www.projetonovarota.org/
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