Para além da outorga (11/12), a FDUSP aprovou encaminhamento à USP sugerindo alteração do nome do tributo para “Prêmio USP de Direitos Humanos – José Gregori”
Edição: Kaco Bovi
Incansável defensor dos direitos humanos e da democracia brasileira, José Gregori (antigo aluno da Faculdade de Direito da USP) foi homenageado com a outorga do “Prêmio USP de Direitos Humanos”. A cerimônia em tributo ao jurista, que faleceu em setembro de 2023, ocorreu (11/12), na Sala do Conselho Universitário, e contou com a presença de familiares, docentes, diretores e autoridades.
A FDUSP foi representada pelo diretor, Celso Campilongo e pelas professora Eunice Aparecida e Nina Ranieri e os docentes Marcelo Bonizzi e Ignácio Poveda. A saudação foi feita pelo professor Renato Cymbalista, diretor de Direitos Humanos e Políticas de Memória, Justiça e Reparação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP.
“Foi um forte apoiador de nossas ações e entusiasta dos trabalhados que a PRIP e diretoria de Direitos Humanos vem fazendo”, disse. Na sequência, cientista política e professora sênior Maria Erminia Tavares de Almeida se disse honrada em poder prestar homenagem ao querido amigo que conviveu bastante.
Por sua vez, a professora Ana Lucia Duarte Lanna, pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento USP, ressaltou que a entrega do prêmio é revestida de um caráter excepcional. “Talvez, seja uma das solenidades mais significativas, desde a criação da Pró-Reitoria, e que indica caminhos e futuros para a construção de um farol para lidar com temas da universidade e da sociedade”, afirmou.
A entrega da 18ª edição do Prêmio foi feita pela professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, Vice-Reitora da USP.
A professora (Bibia) Maria Filomena Gregori representou as filhas Maria Stella Gregori e Maria Cecília Gregori e os familiares. “Queremos manifestar nossa imensa honra em receber, postumamente, o Prêmio de Direitos Humanos, concedido por essa universidade. Meu pai foi um homem de palavra em vários sentidos. Ao definir um rumo e de cumprir com gestos, não apenas palavras, a missão de alçar direitos humanos à políticas públicas. Em um país desigual e autoritário, isso não é pouco”, disse. “Foi, também, um grande orador. É imenso o reconhecimento que temos por ele, mesmo admitindo que o luto é feito de silencio e introspecção”, acrescentou.
Para Campilongo, a honraria – além do reconhecimento ao grande jurista José Gregori –, revela que as instituições democráticas sempre agiram, agem e continuarão a agir em defesa do Estado de Direito. “A atuação de José Gregori transcende seu tempo. Foi incansável na defesa dos direitos humanos, principalmente nos anos marcados pelo regime militar. Lutou contra a Ditadura e contra as pessoas que tentavam ‘destruir’ a dignidade humana”, asseverou.
O diretor da FDUSP assinalou também que a Congregação aprovou por unanimidade, em sua última reunião, o encaminhamento à Reitoria e à Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento para que o Prêmio passe a ser nominado de “Prêmio USP de Direitos Humanos – José Gregori”.
Na justificativa do pedido feito pela Associação dos Antigos Alunos da SanFran é registrada a trajetória de Gregori. “Sua ampla vida pública notabilizou-se pela defesa intransigente e altiva dos direitos humanos”, diz o documento. E acrescenta que o homenageado esteve na trincheira das grandes lutas contra o Estado de Exceção e enfrentou a opressão e a violência do Estado nos embates pelas Diretas Já!.
Formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, desempenhou diversas funções de destaque, incluindo a de Secretário Nacional dos Direitos Humanos e Ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso. E presidiu a Comissão de Direitos Humanos da USP.