Em entrevista à Rádio Eldorado, a professora Eunice Prudente, Sênior de Direito do Estado da Faculdade de Direito da USP, analisa as eleições do último domingo. Entre os temas abordados pela docente estão composição legislativa, eleitos para o Executivo, segundo turno, processo democrático, empoderamento e Constituição.
Para ela, o mais importante é garantir o processo democrático e, no segundo turno, respeitar quem o povo eleger, conforme previsto pelas conquistas de 1988, com a promulgação da Constituição Federal que, em 05 de outubro, completou 34 anos. “Tomamos posição e vamos arcar com todas as consequências das posições políticas”, diz.
“Continuamos esperançosos, acreditando na democracia. Contentes porque temos, por exemplo, uma imprensa livre”, acrescentou.
Com relação ao segundo turno do pleito eleitoral, acredita que não há mais espaço para discussões sobre passado. Que é preciso que os candidatos apresentem suas propostas, os planos de governo, “plausíveis de acordo com o que está constitucionalizado”.
Questionada sobre as pesquisas, Eunice avaliou que no primeiro turno os institutos tiveram de trabalhar com muitas informações, muitos números, dificultando o acerto.
“O Brasil é muito diverso. Acho muito importante essas prévias, sigo acompanho, e respeito.”.
Para a docente, outro ponto fundamental dessas eleições foi o aumento representatividade. “Avançamos, conseguimos eleger deputadas estaduais e deputadas federais negras. E há muitas mulheres eleitas”, assinalou. Ela aproveitou para fazer um alerta: “Liberalismo não significa eu ter tudo e deixar o outro na miséria. Todos esses liberais que foram eleitos, mas também de outras ideologias (esse é um compromisso constitucional), precisam conversar muito a respeito da distribuição. Há informações técnicas do Ipea que expressam que o problema do Brasil não é escassez é distribuição”.
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