A posse do novo Reitor e nova vice-Reitora da Universidade de São Paulo (26/01), Carlos Gilberto Carlotti Junior e Maria Arminda do Nascimento Arruda, em sessão solene do Conselho Universitário, foi marcada pelos compromissos da direção com a comunidade universitária. "Nossa gestão visa à criação de políticas internas que possam ser modelos para a sociedade", disse Carlotti Junior.
Na presença do governador de São Paulo, João Doria, e demais autoridades (o evento foi restrito, por conta dos protocolos a serem tomados com relação à pandemia de covid-19), coube ao professor Floriano de Azevedo Marques Neto, diretor da Faculdade de Direito da USP, conduzir a cerimônia em nome do Conselho Universitário aos novos dirigentes.
Entre os temas abordados, o Conselheiro Marques Neto falou sobre o papel fundamental das universidades públicas no enfrentamento da pandemia e do negacionismo à ciência. Também entrou na pauta os desafios dos novos gestores, dentre as quais a retenção de quadros, as políticas de remuneração e a ampliação e a consolidação dos mecanismos de inclusão social.
“Políticas de inclusão não são filantropia. São instrumentos efetivos para retirar barreiras artificiais e permitir que jovens talentosos acessem, por seus méritos, as melhores universidades e, assim, desenvolvam todo o seu potencial”, disse. Para além, acrescentou que a diversidade é o ambiente fértil para a produção do conhecimento. “Esses jovens, vindos de famílias pobres, da escola pública, periféricas, pretos, pardos e indígenas, serão em breve nossos doutores, pesquisadores, docentes, líderes de suas áreas de atuação. Essas políticas, porém, trazem desafios”, afirmou. E ampliou o debate relatando a importância de a USP se adaptar, viabilizando a permanência estudantil, bem como bolsas de pesquisa e, claro, o aprofundamento das políticas de gênero.
O novo Reitor, por sua vez, destacou que no mundo atual, o saber e a ciência representam a principal riqueza de uma nação. “É urgente a valorização e recuperação orçamentária de tradicionais agências nacionais, como a Capes, CNPq e Finep, para que possam implantar de forma estável políticas plurianuais de apoio à cultura, ciência e tecnologia. Certamente essas agências sempre contarão com o apoio da USP para suas reinvindicações junto aos órgãos superiores e ao Poder Legislativo”, ressaltou.
O dirigente demonstrou, ainda, preocupação com a migração de talentos e a fuga de cérebros. “Não podemos compactuar com isso, comprometendo os dias vindouros”, assinalou. “Precisamos de políticas sólidas voltadas à atração e retenção de talentos, inteligências das quais não podemos prescindir.”
O incremento à pesquisa e à ciência foram temas tratados pelo governador de São Paulo. Em seu discurso avaliou que o momento é de ousadia. “Teremos um ano muito difícil pela frente. Peço a vocês que sejam ousados, aproveitem a oportunidade de estar em um Estado que acredita na ciência para fazer mais, para ir além”, disse.
Confira a saudação do professor Floriano. Debata, compartilhe