A importância do Brasil como potência mundial foi questão tratada pela diplomata brasileira Irene Vida Gala, em palestra proferida em disciplina ministrada pelo professor Alberto do Amaral Jr., Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP. A embaixadora, presidente da Associação das Mulheres Diplomatas do Brasil, tratou também da importância da diversidade para o engrandecimento do País interna e externamente.
Em um dos pontos mais preocupantes no cenário internacional, as guerras Rússia x Ucrânia, Israel x Hamas, ressaltou o caráter pacifista brasileiro, na condução das conversas externas. Ao citar exemplo de nações economicamente potentes e em constante crescimento, como EUA, China e Rússia, ressaltou que o Brasil é o único deles a ter renunciado a capacidade nuclear, tendo elementos válidos para ser ouvido como mediador. “Isso nos ajuda a assegurar, de uma forma ou de outra, que o Brasil pode atuar com atributos válidos, por exemplo, na discussão nuclear, pois é o único a ter renunciado a desenvolver projeto atômico, além de estar em uma área isenta de grandes conflitos. Quando o país faz uma defesa enfática pela paz é porque esse é nosso dever”, acrescentou.
Realçou ainda o fato de o País ser uma potência na questão é ambiental. “É, seguramente, o celeiro do Meio Ambiente e alimentar”, avalia.
Criticou o governo anterior quando este teve problemas, por exemplo, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Um dos primeiros atos de Bolsonaro foi negar ser sede da COP. “Dá para a gente ficar fora do cenário mundial?”, questionou, observando que a maioria dos países não pode “atuar” nas questões ambientais sem o Brasil. “O Brasil não é pouco”.
Para ela, (na amplitude mundial) qualquer que seja o governo, não pode haver rompimento da política externa. Aproveitou para ressaltar a importância da China como parceira brasileira no cenário internacional, bem como o mundo árabe: um grande comprador.
Nessa direção apontou para os acordos comerciais, em que não se pode escolher uma parceria exclusiva. E emendou com os BRICS e o G-20. “Daqui alguns anos, os países emergentes serão o dobro do G-7, quanto à questão econômica”, adicionou. Mandou, também, um recado aos governantes e candidatos aos mais diversos postos de representatividade da sociedade: “A política externa dá voto. Para ter governabilidade, não pode isolar a política externa dos fenômenos internos”.
Por sua vez, Amaral Jr. assinalou a importância da exposição. “Os temas foram tratados com muita qualidade, a demonstrar a relevância da política externa para o crescimento brasileiro”, afirmou. “Temos no cenário um largo alcance na proporção que as demandas trazem novos caminhos e novas alternativas”. A mesa de debates foi conduzida pela pós-graduanda Ana Ana Carolina Cazetta.
#fdusp #direitousp #politicaexterna #direitointernacional #diplomacia #economiaexterna #mundo #cenariomundial #guerra #conflitos