A história da Universidade de São Paulo ao longo de quase nove décadas, a partir do olhar de seus reitores está contada em livro da Editora da USP. Em suas 232 páginas a publicação traz algumas curiosidades. Por exemplo, o fato de primeiro reitor ter sido o professor da Faculdade de Direito (FDUSP), Reynaldo Porchat, sendo o primeiro vice-reitor, Antonio de Almeida Prado, da Faculdade de Medicina (FMUSP).
Em outras contribuições dada pela Faculdade de Direito da USP ao longo deste período, o docente Miguel Reale, pai do também professor Miguel Reale Jr., foi reitor da Universidade por duas gestões, em 1949 e em 1969. E o último a ocupar o cargo pela SanFran foi o professor João Grandino Rodas, Direito Internacional.
Conforme destacou o atual reitor Vahan Agopyan, na apresentação da publicação (15/12), não se trata de uma coletânea de biografias, mas sim de relatos da vida dessas pessoas, contados por elas próprias, sempre que possível, ou por seus familiares. “Sou observador privilegiado, pois estou na USP há 12 gestões reitorais. É interessante ver que a percepção do ocupante do cargo é diferente da dos observadores externos que acompanham os acontecimentos”, ressaltou (a transmissão pode ser vista pelo Canal do YouTube: https://youtu.be/sg0FiTh-zjg).
No segundo mandato de Miguel Reale, por exemplo, havia sido aprovado, em 16 de junho de 1969, o novo Estatuto da Universidade, promulgado conforme Decreto em 13 de dezembro de 1969.
Ou seja, uma reforma universitária substituiria as cátedras pelos departamentos, e caberia ao reitor enquadrar mais de 4.200 professores nos departamentos a serem criados. Em seu discurso de posse, examinou: “A referência à minha experiência como Reitor, de agosto de 1949 a junho do ano seguinte, servirá, penso eu, a demonstrar, no limiar de 1970, que será o ano da reforma universitária, que esta não surge “ex-abrupto”, mas constitui, antes, o resultado necessário de uma contínua evolução”.