As dificuldades e a importância na realização da pesquisa e da função de monitoria na Pós-Graduação abriram os trabalhos da Semana de Etapa de Preparação Pedagógica do Programa de Aperfeiçoamento e Pesquisa da USP, evento realizado na Faculdade de Direito da USP. Ao longo da semana de 12 a 16 de junho, sempre das 10h às 12h, professores e discentes expõem temas e trabalhos importantes para a formação, bem como experiências no processo de seus trabalhos.
As atividades foram abertas pelos diretores da FDUSP, Celso Fernandes Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, e pelo professor Homero Batista, Direito do Trabalho. Aos presentes, Campilongo ressaltou que o País está no início de uma caminhada para incluir um olhar mais diversificado na Pós-Graduação, citando o avanço da SanFran na qualidade por ter sido a primeira faculdade de Direito do País a obter a nota sete na Capes.
Por sua vez, Ana Elisa observou a importância de buscar informações nas universidades bem-conceituadas, uma vez que Brasil tem mais de 1.200 faculdades de Direito.
A mesa do primeiro painel contou com as docentes Helena Lobo da Costa, Susana Henriques da Costa e Homero Batista (que mediou as apresentações), e o discente João Felipe. Em sua fala, Helena Lobo assinalou que atualmente realizar pesquisa é muito mais difícil do que antigamente, especialmente em razão da gama de material disponível, muitos sem qualidade técnica. “Vocês precisam fazer uma curadoria de todo o material”, afirmou. “Isso é muito mais difícil do que à época que se fazia pesquisa em papel, porque vocês vão perceber que há muitos textos de qualidade, mas há um oceano de porcarias”, destacou.
Como dica, acrescentou com elemento de pesquisas teses de titularidade defendidas em boas universidades, como trabalhos de qualidade. “Esses pesquisadores tiveram de fazer crédito, de pensar, de apresentar trabalhos de maior qualidade”.” De acordo com ela, os estudantes precisam buscar mais desafios nas suas pesquisas. Falou ainda dos problemas trazidos para a pesquisa por algumas plataformas, principalmente o ChatGPT, ressaltou o trabalho de metodologia de ensino, o papel fundamental do docente e dos monitores, dentre outros temas.
Susana Henriques tratou dos desafios da pesquisa empírica na Pós-Graduação, onde é necessária comprovação prática, especialmente por meio de experimentos ou observação de determinado contexto para coleta de dados em campo. A docente ressaltou que antigamente era novidade; porém, hoje está sendo usada com mais frequência. “A realidade sempre assusta a gente”, afirmou ao destacar o trabalho de campo, para que seja um elemento de pesquisa e não de retórica. “A gente vai discutir as diferenças de métodos”, acrescentou, ressaltando a necessidade de recusar uso retórico enviesado de dados. “Não se faz pesquisa empírica para provar nada, é preciso ter rigor”, afirmou.
O discente João Felipe, orientando do José Reinado de Lima Lopes (DFD-DUSP), apresentou um pouco de sua experiencia, destacando a importância da monitoria. Para isso, trouxe exemplos e afirmou que os monitores entendem os anseios e as dificuldades dos alunos. De acordo com ele, a função é muito desafiadora e que não se trata de uma substituição da docência, da aula que o professor vai ministrar, mas um complemento, uma continuidade. “Os monitores são duplamente procuradores: dos alunos perante o professor e vice-versa, e têm de ser voz ativa do corpo discente da Faculdade, um intermediário, para fazer esse elo”, assinalou.
Nesta terça-feira, o painel será “Inclusão e ações afirmativas na Pós-Graduação”, com Ana Elisa Bechara (DPM); Alberto do Amaral Junior (DIN); e Eunice Prudente (DES). A mediação será feita pela discente Denise Katchuian Dognini.
Os encontros ocorrem nos Auditórios Rubino de Oliveira (12 e 14/06) e Ruy Barbosa Nogueira (13, 15 e 16/06).
Confira programação completa. Discuta, compartilhe: https://encurtador.com.br/cfzFT
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