Professora Sênior da Faculdade de Direito da USP fala da importância da biblioteca para a construção da sociedade brasileira
Edição: Kaco Bovi
Pilar fundamental da escolha do Largo de São Francisco para a instalação da Faculdade de Direito, a Biblioteca, que comemorou seu bicentenário este ano (em 24 de abril), está presente na vida de todos os franciscanos. Seja professor, aluna(o), seja toda a sociedade como um todo, que pode diariamente consultar seus livros, o local abriga parte da história do Brasil.
Frequentadora assídua da biblioteca, defensora de sua preservação e de sua expansão, a professora sênior Ivette Senise Ferreira, primeira diretora mulher da FDUSP, fala sobre a importância para sua formação na Graduação, e como elemento de pesquisa e de base em sua pós-graduação.
Para a docente, a Biblioteca da Faculdade Direito é, sem dúvida alguma, a joia da coroa da instituição e da Universidade, pelo fato de ter sido o nascedouro dos Cursos Jurídicos. “Ela já existia no Convento Franciscano, onde a faculdade se instalou, por obra de D. Pedro Primeiro, que resolveu dotar a cidade de São Paulo desse instrumento de cultura e de aperfeiçoamento da civilização”, diz, em entrevista para o Portal da FDUSP.
Presidente da Comissão do Museu da Faculdade, Ivette reforça que, quando da Criação dos Cursos Jurídicos, foram pesquisados em São Paulo os Conventos do Carmo, de São Bento e a Igreja de São Francisco. “E São Francisco foi a escolhida justamente porque existia no convento uma biblioteca de cinco mil volumes de obras já importantes, famosas, que eram parte dos franciscanos e parte de doações, servindo para a formação de uma biblioteca pública na cidade.
A professora fala sobre a expansão nos vários prédios que foram sucedendo aquele prédio primitivo até chegar ao original, onde está a Biblioteca Central (no Prédio Histórico) que se estende por vários outros. Trata do aumento da população na cidade que se serviu da biblioteca para estudar, observando que dos cinco mil volumes iniciais, atualmente abriga mais de 500 mil.
Sobre a influência da Biblioteca na sua formação, rememorou seu ingresso na Faculdade, aos 18 anos. “Praticamente, em todo o meu curso, dependi muito desta biblioteca aqui. Consultando as obras que eram indicadas e que já estavam aqui. Vamos dizer, assim: era uma extensão da minha casa, uma extensão da sala de aula. Isso durante toda a minha formação, desde a Graduação”.
Pioneira sobre o debate do aborto no País, que deu origem à sua tese, ressalta que seu trabalho tem sido consultado, nos dias atuais, na Biblioteca do Largo de São Francisco.
Por fim ressaltou ser imprescindível a modernização da biblioteca. “Pelo fato de ser um repositório da cultura anterior, ela tem que acompanhar a época moderna, os novos tempos e as novas necessidades.
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