A pobreza, a fome e a turbulência política estão influenciando cada vez mais no aumento de migrações na América Latina. A crise, sem precedentes, está nos dados da Organização Internacional para Migrações, que apontam para o fato de a população total da América do Sul em 2020, 2,6% corresponder a migrantes internacionais. Os números, portanto, revelam aumento de quase 1% se comparados ao registrado em 2015.
A preocupante realidade é tema de entrevista do professor Gustavo Ferraz de Campos Monaco, Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP, para o Jornal da USP 1ª Edição. No bate-papo com a jornalista-âncora do programa Roxane Ré, assinala que as migrações são uma situação cíclica. Ou seja, o agravamento nos últimos anos é influenciado pela crise vivida no Haiti e na Venezuela.
Com relação à população que recebe esses migrantes, a rejeição pode ser um obstáculo à integração. Porém, o argumento de que imigrantes ou refugiados podem “roubar postos de trabalho” é infundado. “Isso é só fumaça, porque existe uma circunstância para os migrantes muito complexa para as atividades profissionais, independentemente da qualificação profissional em seu país de origem”, diz Monaco.