A FACULDADE
GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO
CULTURA E EXTENSÃO
PESQUISA
COOPERAÇÃO ACADÊMICA
DOCENTES
NOTÍCIAS
REVISTAS
OUVIDORIA
FALE CONOSCO
INTRANET
DEPARTAMENTOS
A FACULDADE
HISTÓRIA
ORGANIZAÇÃO
SER FRANCISCANO
DIVERSIDADE
MUSEU E ARQUIVOS
MAPA DA FACULDADE
GALERIA DE IMAGENS
LEGISLAÇÃO
COMUNICADOS/PORTARIAS
LICITAÇÕES
VESTIBULAR
EDITAIS
GRADUAÇÃO
A COMISSÃO
NOTÍCIAS
DOCENTES
GRADE HORÁRIA
MAPA DE PROVAS
TCC
ESTÁGIOS
DIPLOMAS ESTRANGEIROS
EDITAIS
FORMULÁRIOS
LEGISLAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO
PÁGINA INICIAL
CALENDÁRIO
DISCIPLINAS CREDENCIADAS
LINHAS DE PESQUISA
PROJETOS DE PESQUISA
CULTURA E EXTENSÃO
A COMISSÃO
NOTÍCIAS
CURSOS
ATIVIDADES ACADÊMICAS
COMPLEMENTARES
FORMULÁRIOS
LEGISLAÇÃO
PESQUISA
A COMISSÃO
NOTÍCIAS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
GRUPOS DE PESQUISA
PÓS-DOUTORADO
LEGISLAÇÃO
COOPERAÇÃO ACADÊMICA
CCinN-FD - A Comissão
NOTÍCIAS
BOLSAS
CONVÊNIOS
PITES
CÁTEDRA UNESCO
LEGISLAÇÃO
DOCENTES
Direitos Humanos
Direitos Humanos

"Precisamos de união e reconstrução para compreender esse projeto de Estado, essa veia do estadista de Luiz Gama", diz autor do livro "Luiz Gama contra o Império"

Evento de lançamento ocorreu no Auditório Ruy Barbosa e contou com a presença do ministro dos Direitos Silvio Almeida, que prefaciou a obra

 

Edição: Kaco Bovi

 

O Auditório Ruy Barbosa Nogueira ficou pequeno na noite de segunda-feira diante do público que lotou o espaço para lançamento do livro “Luiz Gama contra o Império”, de Bruno Rodrigues de Lima, estudioso da vida e obra de Luiz Gama. Foi um dos principais advogados da história do Brasil, que teve atuação fundamental na defesa dos direitos humanos, abolicionista que lutou pelos direitos e pela liberdade dos escravos.

Na mesa, ao lado do autor, o ministro Silvio Almeida, Direitos Humanos, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, e o estudante Ruan Neto, que representou o Centro Acadêmico XI de Agosto.

A obra conta destalhes da história brasileira jurídica e social do Século XIX vivida intensamente por Gama e foi tese de doutorado do autor, defendida na Faculdade de Direito da Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main. Rendeu a Lima o prêmio Walter Kolb de melhor tese de doutorado da Universidade de Frankfurt e a medalha Otto Hahn de destaque científico da Sociedade Max Planck.

Ao longo de 2024 serão feitos 40 lançamentos por todo o Brasil. O primeiro no Largo de São Francisco, onde Gama frequentou as aulas de Direito. “O objetivo de reunir todos vocês nessa cerimônia é festejarmos a obra, a vida, a trajetória desse grande brasileiro que foi Luiz Gama”, assinalou Campilongo, ao abrir os trabalhos.

Conforme ressaltou, Luiz Gama não é uma personalidade que, da noite para o dia, se transformou em personagem para a história do Brasil, da vida do Direito, da Advocacia no Brasil. “Luiz Gama, quando morreu, teve um funeral que foi considerado à época o maior que a cidade de São Paulo tinha presenciado”, observou. “Já reconheciam sua importância. Era uma pessoa idolatrada, muito admirada na cidade de São Paulo e no Brasil. “É motivo de muito orgulho para todos nós, uma honra, uma homenagem à Faculdade o fato de o primeiro lançamento ser feito aqui”, acrescentou.

A memória viva de Gama remonta sua luta na afirmação pelos direitos; uma crença no mundo dos direitos. Seu legado é um marco na personalidade, na carreira e na obra literária. “Vivíamos um período no Século XIX no qual a afirmação do direito de garantir as liberdades, mesmo contra os poderosos, estava em construção. E Luiz Gama foi um paladino, um precursor dessa ideia de que o Direito pode ser utilizado como um instrumento de libertação social”, acrescentou.

Ruan Neto ressaltou que Luiz Gama dedicou sua vida para libertar aqueles que eram oprimidos e que tinham negados seus direitos básicos. De acordo com ele, deixar de falar sobre esse processo é enfatizar o apagamento de Gama nas inúmeras facetas societais. “Esse apagamento do legado de Gama é o alicerce de racismo e que vem antes da bala e das correntes. Pergunto: Qual a origem desse racismo? É uma das origens que está no apagamento do conhecimento que o Gama deixou em nossa sociedade”, assinalou, observando se trata de uma das bases que alicerça esse racismo, originando o epistemicídio.

Silvio Almeida lembrou da época em que cresceram as discussões em torno de Luiz Gama e tudo que ele representa. “Temos de fazer aquilo que é fundamental de colocarmos ele no lugar específico na história. Luiz Gama tem contribuição que é fundamental e que nos faz voltar aquilo que ele escreveu, aquilo que produziu. Por sua orientação no campo do Direito, no campo do pensamento social brasileiro”, disse.

O ministro dos Direitos Humanos acrescentou que esse trabalho de Bruno, de um pesquisador de altíssimo nível; coloca Luiz Gama no lugar que não é apenas algo que tem de se venerado, mas que tem de ser estudado por todos. “Com trabalhos como o de Bruno temos condição de fazer isso: mergulhar no pensamento de Luiz Gama de maneira crítica”.

Almeida argumentou que Gama tem de ser colocado como um dos primeiros pensadores do Brasil, enquanto Nação. “Ele tinha um projeto para o País”, disse. conforme ressaltou, a famosa frase: ‘um País sem reis e sem escravos’, desdobra em vários outros textos e ocasiões.

Para ele, Gama achou as bases que da ligação brasileira com a África, sendo um dos primeiros autores a reivindicar a brasilidade na sua relação inextricável com o continente Africano. “Ele não está dizendo que somos africanos, está dizendo que nossa brasilidade é constituída da africanidade, de uma reconstituição de África que é toda nossa; própria do Brasil”, afirmou.

Almeida enfatizou que havia um pacto que envolvia pobres, remediados, ricos, todos proprietários de pessoas escravizadas. “Esse pacto de todos contra os escravos criava uma inclusão ampla e, como reverso dessa moeda, uma exclusão imensa.”

Por sua fala, Bruno destacou como “fantástico” o lançamento da obra ter começado pela FDUSP e agradeceu todos os envolvidos. “O lançamento aqui faz jus a estatura de Luiz Gama”, disse. Entre alguns dos pontos tratados por ele, observou dos trabalhos realizados por Gama não apenas no sistema de Justiça. Foi professor de português, jornalista, historiador. “O Gama conhecia cada uma das ladeiras da cidade. Chegou aqui aos dez anos de idade”.”

Para ele, imaginar essa cidade onde o Gama conseguiu sobreviver e ter uma testemunha ocular da história desse período foi extraordinário para a construção do livro. “Naquele período, era um dos três advogados mais bem-remunerados, mas que não tinha ostentação de riqueza, porque investiu seu dinheiro na causa abolicionista. Trabalhou na alfabetização de pessoas. Foi professor de português do Ateneu Paulistano, escreveu um programa intitulado democracia, alfabetização em massa, pelo ensino gratuito, que igualasse o filho do mendigo ao filho do milionário”.”

Por fim, destacou o fato de Gama ter sobrevivido no País, onde não somente apagaram, silenciaram e apagaram os vestígios das pegadas por onde ele andou. De acordo com o autor, nem o traçado da cidade por onde Gama passou consegue-se saber direito. Por exemplo, saber onde era a sede do Radical Paulistano, do Polichinelo, do escritório de advocacia do Gama, ou onde era a oficina de instrução popular que ele liderava. “Precisamos de união e reconstrução para compreender esse projeto de Estado, essa veia do estadista do Gama. A gente tem de ir atrás desse Estado. A gente tem de entender o pacto de todos contra os escravos. Que pacto é esse que está aí eloquente, sonoro, visível, silencioso, de tudo quanto que é jeito. Gama entendeu muito bem esse País”.”

 

Confira transmissão completa pelo Canal do YouTube da FDUSP:

https://www.youtube.com/@FaculdadedeDireitodaUSP

 

#fdusp #direitousp #luizgama #escravidao #lutacontraoimperio

NOTÍCIAS RELACIONADAS
Faculdade de Direito - Universidade de São Paulo
Largo São Francisco, 95
São Paulo-SP
01005-010
+55 11 3111.4000