O mobiliário mais notório da Faculdade de Direito é aquele confeccionado para o Salão Nobre, a Sala das Becas e a Sala da Congregação – três recintos que se comunicam sequencialmente um com o outro por meio de largas portas de duas folhas. Foi projetado e executado pelo Liceu de Artes e Ofícios e instalado em 1947. Existem fotografias realizadas pelo Liceu, assim que entregou o serviço, que permitem constatar a preservação do mobiliário até os dias atuais. Trata-se de mobiliário que se pode adjetivar como neocolonial pois acompanha o mesmo partido tomado para o edifício: a adoção de formas e motivos do colonial brasileiro para remeter à cultura nacional e suas raízes portuguesas. Especialmente as cadeiras centrais do Salão Nobre – junto à mesa principal, assim como as doutorais (aquelas que se organizam em hemiciclo e destinam-se hierarquicamente aos docentes, de acordo com suas titulações) – inspiram-se no modelo conhecido como “estilo nacional português”, que se refere à conformação adquirida pelo mobiliário lusitano na segunda metade do século XVII e no qual a cadeira era o móvel principal.
Há armários, mesas e outros móveis também confeccionados pelo Liceu de Artes e Ofícios no Gabinete do Diretor, em salas de aula e em outras dependências da Faculdade, que vêm sendo paulatinamente identificados mas ainda precisam ser inventariados de forma mais completa.
Móveis de outras origens, também se constituem, hoje, como objetos históricos dignos de preservação. É o caso do mobiliário da Biblioteca: os móveis da Sala de Leitura, da Sala do Fichário, assim como as estantes de aço do Depósito e outros itens.
A respeito dos lustres, ainda há necessidade de melhor exame e pesquisas para confirmar ou não sua difundida atribuição ao Liceu de Artes e Ofícios, uma vez que recentemente encontramos a indicação de que lustres utilizados anteriormente tenham sido preservados durante a construção do novo edifício, conforme já citado acima. Note-se que há uma variação de ornamentos entre os lustres das Sala da Congregação e das Becas e aqueles da Sala Visconde de São Leopoldo. No Salão Nobre, os lustres são totalmente diferentes: no teto, em forma de pinha; nas paredes, em forma de candelabro com velas mas inicialmente apenas dois pares.
O mesmo tipo de dúvida ainda subsiste quanto às chapeleiras, que podem ter sido confeccionadas pelo Liceu de Artes e Ofícios mas também podem ser anteriores. Uma possibilidade a verificar é de terem sido adquiridas entre os anos de 1908 e 1912, em que o Diretor Dino Bueno decidiu-se pela substituição de mobiliário antigo, então considerado rústico demais para a Faculdade de Direito do início do século XX.
