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MUSEU E ARQUIVOS - PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Segredos e enigmas das artes

Objetos diversos, usados no passado, encontram-se ainda pela Faculdade. Alguns já foram considerados há muitos decênios como acervo do Museu. É o caso das chaves ainda existentes do antigo Convento, identificadas com a “Festa da Chave”, tradição em voga dos anos 1920, que, por sua vez, eram a face oficial das solenidades secretas da sociedade estudantil conhecida como Bucha, assim como outros objetos que se encontram, também há muito tempo, por segurança, no Gabinete do Diretor.

Um pequeno contingente de objetos utilitários ainda podem ser encontrados e a Biblioteca, já há alguns anos, vem reunindo alguns exemplares de interesse. No Museu encontram-se outros como as matrizes em metal que eram utilizadas para produção de selos de diplomas e um tinteiro que foi de uso na Diretoria.

Diplomas, medalhas e troféus doados por alguns antigos alunos ou seus familiares formam uma pequena coleção. Algumas flâmulas e bandeiras, assim como becas, em pequeno número, também integram o acervo do Museu.

O conjunto de objetos não parece muito grande mas merece um trabalho sistemático de identificação, catalogação e preservação, ainda por fazer.

 

OBRAS DE ARTE

Pinturas

A Faculdade de Direito formou, ao longo de sua história, uma preciosa coleção de pinturas, especialmente retratos. A coleção de retratos a óleo conta com 110 obras que, para objetivos de pesquisa, são organizadas em três partes:

1ª) Galeria de Retratos do Antigo Salão Nobre (1859-1933) – Os Velhos Mestres: formada por 23 retratos de corpo inteiro, em tamanho natural, esta Galeria foi iniciada em 1859, com a doação, por mais de cem e oitenta estudantes, do retrato do professor Gabriel José Rodrigues dos Santos, logo após seu falecimento prematuro.

A partir daí, outros retratos foram sendo paulatinamente reunidos no antigo Salão Nobre, num processo cuja primeira fase pode-se considerar encerrada com a demolição do antigo convento que abrigava a Faculdade e a construção, em seu lugar, do atual edifício, datado do final dos anos de 1930. Parte dessa antiga Galeria encontra-se, hoje, na Sala Visconde de São Leopoldo e outra parte, em salas de aula.

A estes se juntam mais seis obras realizadas no mesmo período e um pequeno retrato do professor Clemente Falcão de Souza (pai), datado de 1829, com assinatura de “Fertala”, pintor não identificado. É o mais antigo do acervo.

2) Galeria dos Mestres (1938-atual): formada por 27 retratos de professores, sendo 13 de corpo inteiro e 14 em busto ou meio corpo, distribuídos por salas de aula e outras dependências da Faculdade.

A estes se juntam mais oito retratos diversos e cinco retratos de antigos secretários da Faculdade.

3) Galeria dos Diretores. Em 1908, Dino Bueno deu início à Galeria de Diretores com retratos a óleo, hoje existente na Faculdade, encomendando retratos de todos os seus antecessores a contar de 1827. Desde então, a galeria vem sendo sucessivamente acrescida dos retratos de cada novo diretor, normalmente ao término de seus respectivos mandatos.

Quanto às pinturas que não retratos, há algumas outras obras que representam o edifício da Faculdade em diferentes momentos e um destaque deve ser dado a um afresco (pintura mural) pintado por Ricardo (ou Riccardo) Cipicchia, numa sala do 2º andar, em 1959. Traz cena evocativa de catequese e convívio harmonioso entre índios e jesuítas nos tempos iniciais de São Paulo de Piratininga, temática recorrente nos anos de 1950, em função das comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, realizadas em 1954. No canto superior direito, figura o edifício da Faculdade de Direito, seguido das igrejas franciscanas, o que pode ser interpretado como uma projeção do tempo colonial até o tempo presente.

 

Esculturas

São 27 esculturas reunidas pela SanFran, sendo 23 pertencentes ao acervo institucional e outras quatro à Prefeitura Municipal de São Paulo, mas que integram a paisagem cultural da São Francisco e originam-se de iniciativas históricas de seus estudantes e professores.

No bronze, no mármore ou no gesso, retratam estadistas, diplomatas e juristas que ao longo do tempo foram ali homenageados com seus bustos, em vida ou postumamente, em momentos históricos específicos, a maior parte inscrita na História do Brasil.

Desenhos e gravuras

Existe um pequeno contingente de desenhos e gravuras ainda por inventariar. Entre eles, um retrato de João Theodoro em litogravura, de 1874, com que o professor foi homenageado quando era Presidente da Província de São Paulo, e retratos de Amaral Gurgel e Pires da Motta, ambos em desenhos de autoria de José Wasth Rodrigues, datados de 1927.

 

Fotografias

Para fins de organização, conservação e pesquisa, o acervo fotográfico pode ser dividido em duas coleções gerais: a primeira referente a fotografias em preto e branco, do século XIX a meados do século XX e a segunda referente a fotografias coloridas, principalmente a partir dos anos 1980 até os anos 2000.

No que diz respeito às fotografias em preto e branco, há uma coleção relacionada às formaturas. Do final do século XIX e início do século XX, existem pranchas fotográficas que eram montadas por estúdios profissionais, com requinte estético, reunindo numa só folha os retratos de todos os formandos. Estas folhas, ampliadas, compunham os chamados quadros de formatura: uma peça única para cada ano, formada por uma grande estrutura de madeira com ornamentação, espécie de móvel que se apoiava sobre o chão e emoldurava a prancha fotográfica ampliada. Embora esses quadros já não existam na Faculdade, algumas pranchas que pertenceram a estudantes foram reunidas no Arquivo. Constituem preciosos documentos tanto em seu todo, enquanto registros de arte fotográfica, como por constituírem uma forma de tradição acadêmica e por conterem pequenos retratos de todos os estudantes de algumas das turmas formadas nas Arcadas, acompanhados dos respectivos nomes. Já de meados do século XX, há alguns álbuns de formatura contendo retratos de parte dos professores e retratos dos formandos das turmas a que dizem respeito.

No que diz respeito às fotografias coloridas, cumpre destacar a “Coleção Xaxá”, que reúne fotografias produzidas durante muitos anos pelo fotógrafo José da Silva Xavier, conhecido como Xaxá, que registrou, rotineiramente, o cotidiano da Faculdade – do dia a dia dos alunos aos eventos oficiais – como profissional atuante no espaço da Faculdade de 1962 a 2014. Doou grande quantidade de fotografias em papel e negativos fotográficos que registram cenas dos anos 1990 a meados dos anos 2000.

Doações esparsas trouxeram também fotografias de grupos ou individuais e registros de acontecimentos, em preto e branco ou a cores.

Faculdade de Direito - Universidade de São Paulo
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